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Suzano Papel e Celulose quer elevar base florestal própria

Empresa iniciou as operações na fábrica, que tem capacidade para 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano, no fim de dezembro de 2013


	Viveiro da Suzano Papel e Celulose: cenário de maior capacidade no setor de celulose, com a inauguração de outras fábricas além da unidade da Suzano, não afetará a nova unidade
 (Lia Lubambo/EXAME.com)

Viveiro da Suzano Papel e Celulose: cenário de maior capacidade no setor de celulose, com a inauguração de outras fábricas além da unidade da Suzano, não afetará a nova unidade (Lia Lubambo/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2014 às 12h59.

São Paulo - A fabricante de papel e celulose Suzano planeja elevar sua base florestal para fornecimento de madeira na recém-inaugurada fábrica em Imperatriz (MA), elevando o abastecimento próprio que atualmente responde por 40 por cento do total, disse o presidente da companhia, Walter Schalka, em entrevista à Reuters.

A empresa iniciou as operações na fábrica, que tem capacidade para 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano, no fim de dezembro de 2013. A estimativa é que a unidade produza 1,1 milhão de toneladas em 2014, com vendas de 1 milhão de toneladas.

"Estamos aumentando nossa base florestal na região, com terras compradas, arrendadas e/ou fomento para aumentar o abastecimento próprio", disse o executivo à Reuters.

Além dos 40 por cento de madeira própria, a Suzano obtém 30 por cento do abastecimento por meio de um contrato com prazo de 14 anos com a Vale Florestar, empresa que tem como acionistas Vale, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e fundos de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal (Funcef) e da Petrobras (Petros).

Os outros 30 por cento restantes são madeiras de terceiros, que a Suzano tem comprado na região.

Segundo Schalka, os investimentos na compra de terras já estão previstos nos planos para 2014, e "não são elevados". A Suzano prevê investimentos de 1,75 bilhão de reais neste ano, sendo 590 milhões na fábrica no Maranhão.

O executivo ressaltou ainda que o cenário de maior capacidade no setor de celulose, com a inauguração de outras fábricas além da unidade da Suzano, não afetará a nova unidade. "Maranhão vai ser a fábrica de menor custo caixa do nosso sistema, a mais competitiva de todas e por isso vai operar durante todo o momento", disse.


Porém, o aumento de capacidade já deve ter impactos nos preços de celulose, interrompendo a sequência de reajustes feitos no ano passado. A Suzano chegou a anunciar um aumento no preço da tonelada para janeiro, mas não conseguiu implementá-lo.

"A percepção é que compradores estão tentando se aproveitar de uma situação que não é real. O início de operação em Maranhão e potencial partida de fábrica da Stora Enso (no Uruguai), fez muitos compradores, vendo que vai ter excesso de oferta, acharem que nós deveríamos reduzir o preço. Com isso, o preço tem se mantido estável. Mas celulose do Maranhão e de Montes del Plata não chegaram no mercado", afirmou.

A própria fábrica de Maranhão pode ter sua capacidade elevada, mas Schalka descartou isso no médio prazo. "Nós temos áreas da fábrica projetadas para ter capacidades maiores, a 1,7 milhão de toneladas, mas nós não antevemos aumento de capacidade nos primeiros anos. Vamos procurar estabilizar a planta em 1,5 milhão." ENERGIA E ÁGUA A Suzano já vende energia excedente obtida na fábrica de Maranhão com o processo de produção de celulose, sendo parte para fornecedores da unidade e parte para o mercado livre.

"Temos contrato de fornecimento para nossos fornecedores aqui no site. Alguns deles necessitam de energia e já temos essa parte contratada. O restante vamos colocar na rede. Nós não temos nenhum contrato. Neste momento estamos vendendo no mercado livre, a um preço bastante elevado", disse.

"Nós tivemos superávit (de energia) desde janeiro. Esses superávits são crescentes conforme a planta vai aumentando de volume." Ainda assim, Schalka evitou dizer se a empresa poderia ser beneficiada em um cenário de racionamento de energia, aproveitando-se de preços maiores. "Nossa unidade de Suzano (SP) em parte tem contrato de abastecimento e em parte nós também estamos contratando no mercado também a preços elevados." Sobre o risco de racionamento de água em São Paulo, onde o sistema Cantareira está com nível abaixo de 15 por cento, o executivo afirmou que a situação preocupa, mas não deve levar a uma redução de produção da empresa no Estado, já que a Suzano tem outorga de captação e não é abastecida com água da rede. Em São Paulo, a companhia tem fábricas na cidade que dá nome à empresa e em Limeira.

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