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Supervia quer movimentar R$ 1,6 bi no Rio de Janeiro

Consórcio pretende movimentar o montante na venda e cessão de direito de uso de terrenos, além de parcerias para a construção de empreendimentos imobiliários


	Segundo a concessionária, metade desse montante será gerada pelo projeto de modernização e ampliação da Central do Brasil
 (Thyristorchopper/ Wikimwdia Commons)

Segundo a concessionária, metade desse montante será gerada pelo projeto de modernização e ampliação da Central do Brasil (Thyristorchopper/ Wikimwdia Commons)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2012 às 13h38.

Rio de Janeiro - A Supervia, consórcio liderado pela Odebrecht Transport e que explora o sistema ferroviário no Estado do Rio de Janeiro, pretende movimentar R$ 1,6 bilhão na venda e cessão de direito de uso de terrenos, além de parcerias para a construção de empreendimentos imobiliários ao longo de ferrovias na região metropolitana do Rio de Janeiro. "O montante de R$ 1,6 bilhão é o que estimamos inicialmente. Mas espero que movimente até mais. O mercado é que vai dizer se (o negócio) vale mais", disse o presidente da Supervia, Carlos José Cunha.

Segundo a concessionária, metade desse montante será gerada pelo projeto de modernização e ampliação da Central do Brasil. Estão previstas a ampliação da estação visando uma capacidade maior de circulação de passageiros, a construção de um centro comercial de dois andares sobre os trilhos e a conversão em hotel de um prédio ao lado da edificação principal. "O projeto da Central será feito de qualquer forma, com ou sem parceria. É a nossa prioridade, já está em execução", afirmou Cunha.

Também há planos de construir shoppings integrados às estações de Caxias e Nilópolis, além de ampliar as instalações comerciais sobre a estação de Madureira. Foram feitos ainda projetos para terrenos em Belford Roxo e Bonsucesso, entre outros. "Os tipos de contrato (que serão feitos) ainda estão em aberto. As empresas podem comprar direito de uso ou propor sociedade para implementar um empreendimento em algum terreno", contou o executivo. A Supervia defende que há potencial ainda não desenvolvido para empreendimentos em Campo Grande, Pavuna, São João de Meriti, Méier, Bangu e Santa Cruz.

O consórcio afirma que os terrenos apresentados estão legalizados e com aproveitamento aéreo liberado. Porém, Cunha explicou que as áreas disponíveis pertencem à Supervia em regime de concessão, com direito de exploração por 36 anos. Depois disso, passam para o Estado, assim como as benfeitorias. "Qualquer empreendimento deverá ter como premissa os 36 anos de concessão futura. Mas pela nossa experiência e pelo que se tem visto no mercado internacional esse prazo é absolutamente suficiente para que se faça a amortização do investimento e que se tenha atratividade para esse investimento", disse o secretário de Transportes do Estado do Rio, Julio Lopes.


Os números foram apresentados nesta segunda-feira a representantes do setor de construção, como José Conde Caldas, da Concal Construtora e presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-Rio). A intenção era convencer o empresariado de que a modernização da rede ferroviária empreendida pela concessionária apresenta boas oportunidades de negócios no subúrbio e na baixada fluminense. "Algumas regiões eram ótimas para empreendimentos imobiliários, mas não que aconteciam porque para morar em Bangu a pessoa levava horas para ir trabalhar", lembrou Caldas.

A Supervia prevê investimentos de R$ 2,4 bilhões nos próximos quatro anos para modernização e aquisição de trens, além da recuperação da malha ferroviária e estações. Os recursos vêm de financiamentos do Banco Mundial (R$ 1,2 bilhão) e BNDES (R$ 900 milhões), além de investimentos da própria companhia (R$ 300 milhões). A meta é aumentar o número diário de passageiros transportados, dos 600 mil atuais para 1,5 milhão até 2016. Para tanto, a concessionária espera diminuir o intervalo entre os trens. Em alguns ramais, como Deodoro, a espera deve cair de 6 minutos para 3 minutos, enquanto em Japeri deve diminuir de 30 para 12 minutos.

O Estado comprou 30 trens chineses, dos quais 26 já estão em operação, e assina o contrato de aquisição de outros 60 trens da China na próxima quarta-feira (24). A expectativa é de que as novas composições comecem a ser entregues em um prazo de 18 meses. A Supervia comprará ainda outros 30 trens, que já estão em negociação, aguardando aprovação dos acionistas. A Odebrecht Transport possui uma fatia de 60% da Supervia, enquanto os 40% restantes pertencem a fundos de investimentos. O contrato de concessão com o Estado vale até 2048.

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