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State Grid tem pressa para compra de ativos da Abengoa

A chinesa State Grid pretende concluir "o mais rápido possível" a análise dos ativos da Abengoa no Brasil para uma eventual aquisição


	Painéis solares da Abengoa: a Agência Nacional de Energia Elétrica também tem pressa e estabeleceu o primeiro semestre como prazo final para essas negociações
 (Bloomberg)

Painéis solares da Abengoa: a Agência Nacional de Energia Elétrica também tem pressa e estabeleceu o primeiro semestre como prazo final para essas negociações (Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2016 às 16h37.

São Paulo - A chinesa State Grid pretende concluir "o mais rápido possível" a análise dos ativos da Abengoa no Brasil para uma eventual aquisição, após a empresa espanhola ter paralisado todas obras no país em novembro em meio a uma crise financeira, afirmou nesta quarta-feira o vice-presidente de Operações da companhia oriental, Ramon Haddad.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também tem pressa e estabeleceu o primeiro semestre como prazo final para essas negociações.

Se até lá a Abengoa não encontrar compradoras para os ativos, a agência irá retirar as concessões de projetos ainda não implementados e promover licitações para encontrar novos investidores, disse o diretor José Jurhosa, em entrevista coletiva em São Paulo.

O órgão regulador vê a State Grid como principal interessada e prefere uma solução por meio da aquisição de todos os ativos da Abengoa, em um pacote de empreendimentos de transmissão que inclui projetos em diversas fases em implementação e outros já em operação, segundo Jurhosa.

Mais cedo nesta quarta-feira, Jurhosa havia dito à Reuters que a agência esperava uma definição sobre o caso ainda em abril, mas depois informou que uma reunião com a Abengoa havia sido desmarcada, o que poderá adiar a solução em algumas semanas, provavelmente para maio.

"A Abengoa nos pediu tempo para negociar com um possível comprador... tínhamos uma reunião com eles que foi desmarcada, vai para maio... Nós esperamos fechar no máximo dentro desse semestre, se for passar disso teremos que dar uma solução regulatória (via relicitação), e não de mercado. Não podemos ficar esperando 'ad eternum'", disse o diretor após participar leilão de linhas de transmissão da Aneel na BM&FBovespa A State Grid também tem pressa, segundo o vice-presidente de Operações.

"Esse tipo de negócio, quanto antes melhor, para todo mundo... Não dou um prazo porque é muita coisa... Estamos em avaliação ainda, técnica, financeira. Todos formatos (de aquisição) estão sendo avaliados... A complexidade é grande", afirmou Haddad.

A State Grid tem investido fortemente no Brasil, onde chegou em 2010 por meio da aquisição de sete companhias de transmissão no valor de 989 milhões de dólares.

Desde então, os chineses já investiram mais 200 milhões de reais em uma sede no Rio de Janeiro e arremataram diversos projetos em leilões do governo, como os dois linhões de ultra-alta tensão que levarão a energia de Belo Monte do Norte ao Sudeste do país, atualmente em construção.

"Há outros interessados, mas segundo eles (Abengoa), a State Grid é a que está mais forte, com mais gasto... Para fazer uma avaliação (dos ativos) tem um gasto envolvido... e a State Grid tem gastado bastante. Segundo eles, está avaliando (a Abengoa no Brasil) como um todo", disse Jurhosa.

Especialistas têm dificuldade em estimar os montantes que poderiam ser envolvidos no negócio, uma vez que a Abengoa possui linhas já em operação, que geram receita, mas também cerca de 6 mil quilômetros em linhas em construção, em diferentes estágios, e muitas delas ainda demandando investimentos bilionários.

Questionado, Haddad não quis comentar valores envolvidos nas negociações.

DISTRIBUIÇÃO

A State Grid também quer investir em distribuição de energia no Brasil, e avalia as oportunidades que podem aparecer nesse segmento.  O governo federal pretende realizar ainda no primeiro semestre um leilão de privatização da distribuidora goiana Celg-D, controlada pela Eletrobras, um negócio que está no radar dos chineses.

O edital do certame ainda não foi publicado.

"Estamos aguardando a publicação das informações para ver as condições... Mas não é só a Celg-D, ela é uma. Na distribuição também aparecerão outros negócios", disse Haddad.

Ele disse ver um "movimento intenso" no mercado de distribuição.

"Hoje tem muita conversa de que tem empresa disponibilizando, interessadas (em vender ativos)... Se tiver alguma coisa sendo ofertada ao mercado a gente tem interesse em avaliar".

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