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Startups e Inteligência Artificial: 12 destaques do Web Summit por Miguel Fernandes, CTO da Witseed

Um resumo do cofundador da Witseed sobre o que acompanhou pelos pavilhões do Riocentro, na primeira edição do evento de empreendedorismo e tecnologia no Rio de Janeiro

1 May 2023; Paddy Cosgrave, CEO & Founder, Web Summit, and Eduardo Paes, Mayor of Rio de Janeiro, press the button to officially open Web Summit Rio 2023 on Centre Stage during the opening night of Web Summit Rio 2023 at Riocentro in Rio de Janeiro, Brazil. Photo by Piaras Ó Mídheach/Web Summit Rio via Sportsfile (Web Summit Rio/Divulgação)

1 May 2023; Paddy Cosgrave, CEO & Founder, Web Summit, and Eduardo Paes, Mayor of Rio de Janeiro, press the button to officially open Web Summit Rio 2023 on Centre Stage during the opening night of Web Summit Rio 2023 at Riocentro in Rio de Janeiro, Brazil. Photo by Piaras Ó Mídheach/Web Summit Rio via Sportsfile (Web Summit Rio/Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 7 de maio de 2023 às 14h44.

A inteligência Artificial foi o tema da vez no Web Summit Rio. Ao todo, foram quase mil startups participando no Rio de Janeiro desse carnaval do empreendedorismo. Conversei com mais de 150 dessas empresas para saber como elas estão incorporando a IA nos seus negócios. Antes de iniciar os meus 12 destaques, vou dizer uma coisa importante.

Sou entusiasta e concordo que essa tecnologia é extremamente relevante, mas ela não deve ser o único foco das empresas. Digo isso porque algumas das startups que conversei se vendiam como plataformas de IA, mas não sabiam responder como usavam a IA nos seus negócios e qual a vantagem em relação aos concorrentes.

Ser uma simples interface entre o ChatGPT e o usuário final não é uma vantagem competitiva, a barreira de entrada é 12 dólares por mês. A IA não deve ser vista como uma solução milagrosa, mas sim como uma ferramenta que, quando usada corretamente, pode trazer grandes benefícios para o negócio como um todo. Ela é uma solução, não um problema. E você sabe o que acontece quando você foca na solução ao invés do problema.

Veja as 12 startups em destaque:

Biso (https://www.biso.digital/): 

A Biso é uma plataforma de IA para impulsionar o lucro no comércio eletrônico e conversei com a Claudia Figueiredo Costa, Head of Marketing Communications da Biso. Eles desenvolveram um algoritmo de Inteligência Artificial capaz de aumentar o GMV e a performance das vendas, otimizando o planejamento de mídia e a alocação de investimento nos diversos canais digitais. A Biso já processou um volume de mais de 400 milhões de reais no e-commerce.

Jonathan Raphael, Breno Berman e Claudia Figueiredo Costa (Miguel Fernandes/Exame)

Repeduca (https://repeduca.com.br/):

Plataforma de ensino adaptativo para aprender matemática por meio de gamificação, realidade aumentada e Inteligência Artificial, a Repeduca foi fundada por Vicente Vale e o Rogério Moreira. Os dois vieram diretamente de Salvador para o Web Summit Rio e, apaixonados pelo que fazem, me contaram que construíram a plataforma de ensino para se adaptar às necessidades de cada aluno, usando jogos e atividades colaborativas para ensinar matemática, muitas vezes considerada uma matéria difícil pelos estudantes. A ferramenta organiza o conteúdo de acordo com o currículo escolar e o perfil de aprendizagem de cada um.

Vicente Vale e Rogério Moreira (Miguel Fernandes/Exame)

Dooiu (https://www.dooiu.com/):

Diretamente de Jerusalém para o Rio. A Dooiu permite que as pessoas façam interações remuneradas para trocar conhecimento. Conversei com Lihuel Almada, que é Full Stack Developer da Dooiu. Eles oferecem uma plataforma que conecta pessoas que querem compartilhar conhecimentos com outras que desejam aprender. Usam Inteligência Artificial em seu produto para melhorar a qualidade do vídeo e proporcionar uma melhor experiência para o usuário. A promessa é de inaugurar uma nova era nas interações profissionais, especialmente na nova economia do conhecimento.

Lihuel Almada (Miguel Fernandes/Exame)

Wisecut (https://www.wisecut.video/):

A Wisecut usa IA generativa e reconhecimento de fala para editar vídeos automaticamente. Bernardo Cunha, Customer Success Lead da Wisecut, me disse que em janeiro a empresa cresceu a sua base de usuários em 500% e está dobrando, em média, o público a cada mês. A solução faz cortes automáticos em vídeos de longa duração para criar clipes que chamam a atenção.

Bernardo Cunha (Miguel Fernandes/Exame)

AI COLLABORATOR (https://aicollaborator.com/):

Por meio de um ecossistema colaborativo global, a AI Collaborator, fundada em Los Angeles, ajuda negócios a usar ferramentas de IA de forma ágil. Eles são um Gateway Marketplace de Inteligência Artificial que ajuda os clientes a entenderem como a IA está sendo usada por empresas similares para resolver dores, melhorar performance de suas áreas e se manter à frente da concorrência. Contam com mais de 1.200 provedores de serviços de IA, além de parceiros de desenvolvimento em mais de 65 países.

Jian Melo, Cameron Haas, James Briggs, Vinícius Oliveira, Gustavo Freire (Miguel Fernandes/Exame)

NeuralMind (https://neuralmind.ai/):

Produtividade exponencial e melhor experiência do cliente e do funcionário respondendo a qualquer pergunta usando bancos de dados do cliente e IA de ponta. Essa é a promessa dessa startup fundada em Campinas.

Na conversa com Andressa Andrade, Business Development da Neural Mind, soube que eles desenvolvem soluções de Inteligência Artificial para diversos setores, como saúde, finanças e varejo. Entre os produtos, estão ferramentas de análise de dados, detecção de fraudes, diagnóstico médico e chatbots para atendimento ao cliente. O objetivo é democratizar o acesso à IA no Brasil e ajudar as empresas a se tornarem mais eficientes e competitivas.

Andressa Andrade (Miguel Fernandes/Exame)

Metamazon Solutions (https://metamazonsolutions.com/):

A Metamazon cria projetos arquitetônicos interativos em realidade virtual e querem revolucionar a construção com experiências imersivas e personalizáveis.

“Nós somos da Amazônia, a gente é muito preocupado com o meio-ambiente”, foi assim que o Alder começou a conversar comigo. Essa startup do Acre faz um uso muito interessante do Metaverso. Eles pegam projetos desenhados por arquitetos e constroem maquetes dentro do próprio Metaverso, o que permite com que as pessoas consigam andar naquele universo que antes era apenas um desenho. Isso diminui o desperdício de material, pois toda maquete de papel vai pro lixo e não tem mais utilidade. Essa “tradução” do desenho do arquiteto para o metaverso é feita com auxílio de ferramentas de inteligência artificial.

Equipe da Metamazon (Miguel Fernandes/Exame)

FIKIRIA (https://fikiria.com.br/):

A Fikiria é especializada na criação de sistemas de monitoramento e controle de última geração para a indústria agrícola e de produção de alimentos. Foi uma das conversas mais longas que eu tive, uma verdadeira aula sobre produção de alimentos. Aprendi sobre cada etapa.

Daniel Kalonji, fundador da empresa, é congolês e criou a Fikiria para construir soluções para problemas de sustentabilidade na produção de alimentos, com foco em cadeias de produção responsáveis e impacto ambiental reduzido. Eles trabalham com desenvolvimento de tecnologias e inovações para aprimorar a produção agrícola e a cadeia de suprimentos de alimentos, além de usar a IA como uma ferramenta para aprimorar o desempenho e a eficiência desses processos.

Daniel Kalonji e Eduardo Afonso (Miguel Fernandes/Exame)

Mobiler (https://mobiler.com.br/):

Super APP de mobilidade urbana, delivery e serviços especializados em cidades do interior, a Mobiler conectando empresas e pessoas a uma rede de motoristas independentes, segundo Guilherme Miranda, CPO da startup. A área financeira da empresa foi completamente automatizada e eles brincam dizendo que o CFO se chama “Senhor AutoCFO”, referência à inteligência artificial que organiza toda a área financeira da empresa. Um ótimo exemplo de inteligência artificial sendo incorporada ao negócio. Se vivemos a digitalização dos negócios, agora vamos ver a artificialização. A transformação artificial vira transformação artificial.

Ana Fernandes, Thiago Veronese, Guilherme Miranda, João Amorim (Miguel Fernandes/Exame)

Gabriel (https://gabriel.com.br/)

Uma startup brasileira de visão computacional empresarial comprometida em construir bairros e cidades mais seguros para todos.

Conversei com o Pedro Costa, Head of Legal, Compliance and Policy na Gabriel e também com o Erick Coser, Co-Founder & CEO da empresa. A Gabriel é uma empresa que usa Inteligência Artificial para criar Inteligência Urbana, monitorando veículos e identificando se eles são roubados ou se há algum problema irregularidade. Assim que algo suspeito é detectado, a central da Gabriel é alertada e, caso necessário, os órgãos responsáveis também são acionados. 

Todo o processo de monitoramento é feito com IA, e assim a Gabriel consegue manter uma equipe enxuta de atendentes para fazer a triagem dos alertas gerados pelos sensores.

Perguntei diretamente sobre privacidade dos dados, tema sensível quando o assunto é IA. Foi nessa hora que o Erick chamou o Pedro, Head of Legal, e ele me explicou que esse é um tema que eles levam muito a sério, e que por isso mesmo a tecnologia não faz nenhum tipo de reconhecimento facial.

Pedro Costa e Erick Coser (Miguel Fernandes/Exame)

Cuponeria (https://b2b.cuponeria.com.br/):

A Cuponeria desenvolve uma estratégia eficaz de fidelização de clientes para grandes empresas, entendendo as necessidades dos clientes e criando relações emocionais.

Conversei com o Thiago Brandão, CEO da Cuponeria, e a Nara Iachan, Co-founder da empresa. Eles fazem a curadoria de cupons e estão começando a atuar no mercado B2B, já trabalham com grandes marcas como a Magalu. 

Imagina aquele produto que você compra todas as semanas no mercado te dando a vantagem de acumular pontos e trocar por cupons. Na Cuponeria, a Inteligência Artificial é capaz de interpretar Notas Fiscais, identificar os produtos comprados e categorizar as informações. Basta você upload a nota, o que também vai te dar mais pontos.

Thiago Brandão e Nara Iachan (Miguel Fernandes/Exame)

Daya (https://dayaht.com.br)

Inteligência Artificial e gamificação para prevenir o burnout em mulheres.

Conversei com Samira Nogueira, CEO da Daya. Ela veio diretamente do Maranhão para o WebSummit no Rio. Samira, que é terapeuta e cientista de dados, me explicou que as mulheres têm 35% mais chances de desenvolver burnout por fatores biológicos, sociais e econômicos. Por conta de uma experiência pessoal durante a pandemia ela decidiu estudar mais sobre o assunto e, juntando suas habilidades técnicas e humanas, nasceu a Daya.

É uma solução com foco em saúde mental e bem-estar emocional da mulher que usa inteligência artificial para recomendar conteúdos e atividades que reduzem os sintomas e prevenem o burnout.

Achei emocionante conhecer a história de Samira e ver como ela criou a empresa pensando numa solução para um problema que ela mesmo enfrentou. Geralmente, assim começam as startups de sucesso, quando o founder viveu na pele o problema que está querendo resolver.

Samira Nogueira (Miguel Fernandes/Exame)

Abstra (https://www.abstracloud.com/):

Abstra é uma plataforma de low code para construção rápida e segura de sistemas internos, levando inteligência artificial para dentro de processos operacionais. 

Quem trabalha numa empresa de tecnologia sabe bem do impasse - áreas de negócios esperam meses na fila de desenvolvimento para conseguirem prioridades para seus projetos, enquanto áreas de engenharia estão sobrecarregadas, com demandas urgentes vindas de todos os lados.

Bruno Vieira Costa, CEO, e Sophia Faria, Head of Growth da empresa, comentaram que não precisa mais ser assim. Com clientes de peso como Accenture e Descomplica e investida por Y Combinator e SoftBank, Abstra ajuda empresas a desfazerem esse cabo de guerra. 

Um dos grandes paradigmas da inteligência artificial é a possibilidade de pessoas que não sabem programar conseguirem criar softwares completos, seja usando linhas de comando simples, ou arrastando blocos, como se fosse um PowerPoint.

A Abstra é uma solução pra isso. Com pouco ou nenhum conhecimento de programação você é capaz de criar aplicações completas e integrar elas com inteligências artificiais especializadas.

Time da Abstra (Miguel Fernandes/Exame)

Conversar com founders é sempre um prazer enorme. São pessoas completamente apaixonadas pelo que fazem, numa jornada épica para resolver problemas reais das pessoas. Se nas palestras e nas conversas de corredor a inteligência artificial foi o tema principal do evento, entre as startups não foi diferente.

Definitivamente, a IA vai entrar no DNA das empresas e as novas startups que estão surgindo já nascem com esse DNA.

As conversas foram tão ricas que decidimos aqui na Exame criar um módulo especial no mini curso gratuito Inteligência Artificial aplicada aos negócios. Nele, eu vou contar mais detalhes de como foi tudo isso. Se inscreve lá que as vagas são limitadas.

Acompanhe tudo sobre:EmpreendedorismoWebsummitStartups

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