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Conheça a startup que vale 8,7 bilhões de dólares vendendo carros usados

Apresentada no Brasil há dois meses, a Kavak montará um hub de tecnologia para oferecer novas soluções aos clientes

Roger Laughlin, cofundador e diretor executivo da Kavak no Brasil (Kavak/Divulgação)

Roger Laughlin, cofundador e diretor executivo da Kavak no Brasil (Kavak/Divulgação)

GA

Gabriel Aguiar

Publicado em 22 de setembro de 2021 às 06h00.

Última atualização em 24 de setembro de 2021 às 11h20.

Não faz dois meses que a Kavak – unicórnio mexicano para compra e vendas de carros seminovos – veio ao Brasil. Mas acredite: a empresa já conseguiu uma quinta rodada de investimentos de 700 milhões de dólares para continuar a expansão na América Latina e agora tem valuation de 8,7 bilhões de dólares. É o suficiente para fazer desta a segunda maior startup da região pelo ranking da CB Insights.

Plano de expansão no Brasil (e fora da América Latina)

Para ter ideia da evolução, essa será a segunda vez que a Kavak dobra o valor somente neste ano (antes, estava avaliada em 4 bilhões de dólares). Desde que a companhia desembarcou aqui, também cresceu o número de funcionários, que já ultrapassa 1.000 pessoas e antecipa a meta prevista para o fim de 2021, e quantidade de lojas, que passou de cinco para sete, com outras duas na semana que vem.

Considerando a avaliação do mercado, os números ainda podem soar modestos: toda a operação ainda está restrita a São Paulo (SP) e foram vendidos apenas 1.300 carros desde que chegaram por aqui. Mas, como boa parte das startups, o foco inicial é expansão. “Chegaremos a Campinas e Sorocaba e teremos o dobro de lojas em dois meses”, diz Roger Laughlin, cofundador e diretor executivo no Brasil.

Mas é claro que a Kavak não se limitará ao nosso país – ou até mesmo à América Latina, onde já atua na Argentina e no México –, porque a ideia é chegar a outros mercados nos próximos anos. “Vamos utilizar esses investimentos para continuar a expansão global, além da consolidação dos mercados no quais nós já estamos. E, em curto prazo, teremos o primeiro país fora da nossa região”, afirma Laughlin.

Ainda não há dicas de quais serão os próximos alvos da startup, mas o próprio executivo explica que não há espaço para crescimento e diferenciação em mercados consolidados, como Estados Unidos e Europa. Por isso, é mais provável que a Kavak avance em países emergentes que dividam as mesmas “dores” dos consumidores brasileiros: setor pulverizado com pequenos comerciantes e pouco formalizado.

“Continuamos olhando para lugares que cumprem determinados critérios, como o tamanho do mercado e a quantidade de transações, além de questões como a falta de informações claras para evitar defeitos ocultos, por exemplo. Nós consideramos opções nas quais realmente podemos criar uma transformação e verticalizar a solução, com segurança e eficiência, mas também inclusão financeira”, afirma.

Muito além de comprar e vender carros usados

Nos planos de participar de toda a jornada do consumidor, a Kavak espera ir além de vender (e comprar) carros, mas também oferecer manutenção e garantia – de dois anos por aqui –, recondicionamento das peças e até pagamento de multas por meio de plataforma própria. Por isso, será criado um novo hub de tecnologia com mais de 500 engenheiros dedicados ao desenvolvimento de serviços e produtos.

Cada mercado tem participação em determinadas frentes, aproveitando a expertise criada ao longo dos anos: enquanto os brasileiros serão responsáveis pelas soluções de marketplace e e-commerce, jornada do cliente e experiência na plataforma; os argentinos ficarão a cargo dos sistemas de financiamento; e os mexicanos serão mantidos no back-end como responsáveis pelo funcionamento da empresa.

Desde que chegamos por aqui, percebemos que é o país com os melhores talentos da América Latina. Isso porque os profissionais já vêm com as experiências e até mesmo com cicatrizes de outras startups. Esse é um modelo que negócio que existe no Brasil há mais tempo e, consequentemente, existem mais pessoas experientes com as quais trabalhar. Então, a curva de aprendizado é mais curta”, afirma.

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