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Startup para quem quer renda extra com bicos capta R$ 6,8 milhões e quer expandir fora do Brasil

Objetivo é multiplicar por cinco o número de usuários, indo de 440.000 para 2 milhões. Entenda o modelo de negócio e o objetivo dos fundadores com o aporte

Romero Rodrigues, Thales Zanussi e Rodrigo Borges: investidores (nas extremidades) e investido (no meio) acreditam que há muito mercado a ser ganho (Mission Brasil/Divulgação)

Romero Rodrigues, Thales Zanussi e Rodrigo Borges: investidores (nas extremidades) e investido (no meio) acreditam que há muito mercado a ser ganho (Mission Brasil/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 20 de setembro de 2023 às 09h00.

Pegar o celular, acessar um aplicativo e rapidamente escolher um “bico” para ganhar uma renda extra.

Essa é a ideia da Mission Brasil, startup de Florianópolis fundada em 2016 e que conecta empresas que precisam de trabalhadores esporádicos a pessoas que estão buscando algum dinheirinho a mais no final do mês.

Desde sua fundação, mais de 300.000 trabalhos foram realizados pela startup. Já houve projeto com empresas grandes, como Grupo Pão de Açúcar, Unilever e Ambev.

Na prática, o usuário acessa o aplicativo, escolhe qual “job” quer fazer e recebe a “missão” com as instruções do que precisa ser feito. Depois de concluído, é só atualizar na própria plataforma e esperar a entrada do dinheiro. 

“Os usuários cadastrados ganham uma renda extra como repositores, shoppers, fazendo ações de cliente oculto, pesquisas de mercado, satisfação, ações de trade marketing, coleta de dados, credenciamento, logística e jurídico”, diz o CEO e fundador da empresa, o engenheiro e administrador Thales Zanussi.

Atualmente, a Mission tem 440.000 usuários cadastrados.

A ideia é praticamente quintuplicar esse número no próximo ano, chegando a 2 milhões de usuários. Para isso, acabam de receber um aporte de 6,8 milhões de reais.

Como a Mission Brasil funciona

A Mission fatura cobrando pelo serviço que oferece para a empresa.

Por exemplo, se uma varejista quer fazer uma pesquisa de mercado, ela contrata esse serviço na Mission, que se responsabiliza por destacar os profissionais e entregar o resultado.

O valor pago pela empresa contratante contempla tanto o preço do serviço para o profissional autônomo como o valor que fica para a startup.

Hoje, empresas podem contratar cerca de 300 tipos de serviços. Consequentemente, quem está procurando renda extra tem cerca de 300 “bicos” para se inscrever.

“O Mission possui mais de 300 tipos de missões gamificadas prontas para todos os usuários do território nacional realizarem e ganharem dinheiro. Existem missões que variam de 20 reais até 8.000 reais, sendo que a média que as pessoas ganham como renda extra ou também como renda principal é por volta de 2.300 reais por mês”. 

Para quem quiser trabalhar, não há pagamento de taxa.

Quem paga é apenas a empresa contratante.

Além disso, o Mission também é comercializado como um software para a gestão de força de campo, capaz de gerir mais de mil pessoas fazendo serviços ao mesmo tempo.

Como o aporte será usado

Ao todo, a empresa já captou 10,5 milhões de reais.

O mais recente aporte, de 6,8 milhões de reais, será usado, principalmente, para aumentar a base de usuários dos serviços, de 440.000 para 2 milhões no intervalo de um ano. Para isso, vai:

  • Aumentar o operação comercial em 60%
  • Investir em tecnologia e marketing
  • Ampliar o escritório físico em São Paulo 
  • Investir na expansão internacional, focando em um primeiro momento América Latina, África e Ásia

A projeção é chegar ao final do ano faturando 18 milhões de reais. Para 2024, a meta é crescer 33% e faturar 24 milhões de reais. 

Por que investir na Mission

Dois fundos de investidores estão por trás do novo aporte da Mission: Domo e Headline XP Capital. Juntos, os dois veículos de investimento já colocaram recursos em 200 startups, entre elas Turbi e Hotmart.

Romero Rodrigues, head de venture capital na XP e sócio gestor do Headline, destaca quatro motivos que fizeram com que a empresa apostasse na Mission:

  • Time de fundadores
  • Modelo de negócios que promove efeito de rede, já que quanto mais “missionários”, maior a cobertura da cidade, mais “missões” são realizadas em diversos segmentos, atraindo ainda mais  clientes, reforçando o ciclo positivo.
  • O tamanho do mercado, que tende a crescer nos próximos anos
  • Com tecnologia, a tese da Mission pretende pavimentar o acesso de uma grande parcela da mão de obra brasileira à treinamentos e trabalhos em grandes empresas.

Rodrigo Borges, fundador e managing partner da DOMO, ressalta que a ideia com o aporte é contribuir para o crescimento do Mission Brasil em um mercado tão emergente.

"Até alguns anos atrás, modelos de trabalho como o home office e o híbrido não eram uma realidade, mas hoje estão completamente solidificados", diz. "O crescimento exponencial do Mission Brasil é uma prova de como ‘staff on demand’ segue esse mesmo princípio e ainda tem uma longa jornada promissora pela frente, da qual queremos fazer parte".

Acompanhe tudo sobre:StartupsVenture capital

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