Bruno Rodrigues, da GoGood: "Não queremos apenas crescer por crescer. Nossa estratégia é consolidar mercados estratégicos antes de expandir de forma massiva. Preferimos qualidade ao invés de quantidade" (Rafaella Garcia/Divulgação)
Editor de Negócios e Carreira
Publicado em 30 de janeiro de 2025 às 07h07.
Última atualização em 30 de janeiro de 2025 às 11h36.
Enquanto o mercado de benefícios corporativos se expande no Brasil, a GoGood aposta em um modelo de personalização e engajamento para desafiar os líderes Wellhub (Gympass) e TotalPass.
Fundada em 2016 por Bruno Rodrigues e Leonardo Borba, a startup catarinense tem se posicionado como uma alternativa focada na experiência do usuário e no impacto mensurável para as empresas.
Atualmente, a empresa já ultrapassou a marca de R$ 10 milhões em receita anual recorrente (ARR). Em 2024, o faturamento da startup cresceu 60%.A trajetória de Bruno Rodrigues, CEO e cofundador da GoGood, começou longe do mundo das startups. Ex-atleta profissional de karatê, ele foi campeão sul-americano da modalidade antes de migrar para o ambiente corporativo.
A virada veio em 2015, quando participou do Stanford Ignite, programa da universidade no berço do Vale do Silício, na Califórnia, que é voltado para inovação e empreendedorismo. O aprendizado em Stanford, somado à sua experiência como executivo no Grupo RBS, de mídia, despertou o interesse por um negócio voltado ao bem-estar dentro das empresas.
"Sempre fui apaixonado pelo esporte e vi como ele pode transformar a vida das pessoas. Quando entrei no mundo corporativo, percebi que faltava esse olhar para o bem-estar dos funcionários. Foi isso que me motivou a criar a GoGood", afirma Rodrigues.
A observação de que a preocupação com saúde física e mental era negligenciada no ambiente corporativo o levou a idealizar a GoGood, que começou como uma ferramenta de gamificação e evoluiu para uma plataforma completa de bem-estar cuja sede fica em Florianópolis e que já tem clientes em todas as regiões do país.
Em 2016, Rodrigues se uniu ao especialista em tecnologia Leonardo Borba e, em 45 madrugadas, os dois desenvolveram o primeiro protótipo do aplicativo.A GoGood funciona como uma plataforma de benefícios de bem-estar corporativo, oferecendo acesso a academias, psicólogos, nutricionistas, telemedicina e até seguros. O modelo é similar ao dos concorrentes: copagamento entre empresa e funcionário. No entanto, a startup aposta em diferenciais estratégicos para se destacar:
Esses diferenciais ajudaram a GoGood a crescer 2,6 vezes em faturamento desde 2023, ultrapassando os R$ 10 milhões em receita anual recorrente (ARR) e atingindo a marca de 100 mil vidas cobertas.
"As empresas que apostam em bem-estar colhem benefícios claros. Nossos clientes relatam reduções no absenteísmo e aumento da produtividade. O investimento em saúde e qualidade de vida dos funcionários se paga", explica o CEO.
Apesar do crescimento acelerado, a GoGood ainda está distante do tamanho de seus principais concorrentes. Enquanto o Wellhub (antes chamado de Gympass) conta com mais de 30 mil academias credenciadas, e o TotalPass ampliou sua rede de 3 mil para 20 mil academias, a GoGood tem cerca de 3 mil unidades.
No entanto, a startup aposta em uma expansão gradual e regionalizada, fortalecendo sua presença em mercados como Santa Catarina, Paraná e interior de Minas Gerais antes de partir para uma atuação nacional mais agressiva.
"Não queremos apenas crescer por crescer. Nossa estratégia é consolidar mercados estratégicos antes de expandir de forma massiva. Preferimos qualidade ao invés de quantidade", diz Rodrigues.
Além disso, a GoGood se beneficiou do crescimento do setor de bem-estar corporativo, que avançou 31% entre 2016 e 2023. A estratégia da empresa é atrair empresas médias que ainda não oferecem esse tipo de benefício, um mercado que representa 80 vezes mais empresas do que o segmento das grandes corporações.
Com um mercado em expansão e a concorrência cada vez mais agressiva, a GoGood segue apostando na diferenciação para crescer. Além da ampliação da rede de academias, a startup anunciou uma parceria com a Guapeco, empresa pioneira em benefícios corporativos para pets, permitindo que empresas incluam assistência veterinária sem custo adicional para os funcionários.
Essa nova frente de atuação reflete uma estratégia mais ampla da GoGood de oferecer benefícios que vão além do tradicional, criando um portfólio que atenda às necessidades dos funcionários de maneira mais completa.
A empresa acredita que essa diversificação não apenas fortalece a retenção de talentos nas empresas clientes, mas também contribui para um impacto positivo na qualidade de vida dos funcionários. "Acreditamos que oferecer opções que se encaixem melhor na rotina das pessoas é fundamental para engajamento e uso frequente dos benefícios", diz.
Em 2025, a meta é superar 5 mil academias credenciadas, consolidando a empresa como uma referência em bem-estar corporativo no Brasil."Estamos apenas começando. O mercado de bem-estar ainda tem muito espaço para crescer, e queremos ser o parceiro de escolha das empresas que buscam inovação e impacto real na qualidade de vida de seus funcionários", diz Bruno Rodrigues.