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Spotify faz amizade com Katy Perry para se aproximar de músicos

Em meio a brigas com selos discográficos, a companhia passou os últimos 12 meses montando equipes e serviços para melhorar sua relação com o setor

Katy Perry: os publicitários da companhia vão continuar trabalhando com a cantora para provar que podem ajudar a vender mais discos e ingressos de shows que qualquer estação de rádio (Facebook/Katy Perry/Reprodução)

Katy Perry: os publicitários da companhia vão continuar trabalhando com a cantora para provar que podem ajudar a vender mais discos e ingressos de shows que qualquer estação de rádio (Facebook/Katy Perry/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2017 às 17h08.

Los Angeles - Ao acordar nesta manhã, os fãs da estrela do pop Katy Perry encontraram um e-mail no smartphone: o novo single dela, “Chained to the Rhythm”, está disponível para streaming.

Eles receberam mais um lembrete quando entraram no Facebook, onde mais de 70 milhões de pessoas curtem o perfil de Perry. Como se não bastasse, fãs de Los Angeles e Londres foram recepcionados por outdoors no caminho para o trabalho.

A melhor parte para Perry? É tudo gratuito. Spotify, o serviço de música paga mais popular do mundo, realizará uma campanha promocional que vai durar meses até o lançamento, no verão do Hemisfério Norte, do quinto disco de Perry, seu primeiro desde “Prism”, que ficou no topo das paradas em 2013.

Os publicitários da companhia vão continuar trabalhando com a cantora para provar que podem ajudar a vender mais discos e ingressos de shows que qualquer estação de rádio ou serviço concorrente de streaming.

“Foram eles que disseram: ‘queremos que esta seja uma grande parte do que estamos fazendo, queremos apoiar vocês em todos os níveis’”, disse Martin Kirkup, sócio da Direct Management Group, que representa Perry. “Não pedimos nenhum outdoor. Eles ofereceram.”

O Spotify, com sede em Estocolmo, já foi criticado pelos músicos por causa dos royalties que paga e do uso que faz das músicas em seu serviço gratuito — foi notória a recusa de Taylor Swift a oferecer seu disco novo no serviço no fim de 2014.

Em meio a brigas com selos discográficos e preparativos para abrir o capital, a companhia passou os últimos 12 meses montando equipes e serviços para melhorar sua relação com o setor.

“Refletimos muito sobre como nos posicionar para ser um parceiro melhor para os músicos”, disse Stefan Blom, diretor de conteúdo do Spotify, em uma entrevista.

“Não tínhamos uma equipe de marketing para os músicos antes, agora temos. Essa foi uma consequência direta dos diálogos que tive com Troy e com representantes dos músicos e dos selos.”

Personagem do setor

Troy é Troy Carter, um agente veterano que agora é diretor global dos serviços de criação do Spotify. Nascido na Philadelphia, Carter começou sua carreira trabalhando com rappers como Will Smith, Eve e Nelly, antes de se mudar para Los Angeles e conseguir um contrato com uma cliente que lhe tornou um gigante no setor: Lady Gaga.

Carter já investia no Spotify através de um fundo-anjo quando entrou na companhia como principal elo com a indústria musical.

Ele recrutou uma pequena equipe de executivos de selos discográficos, editoras de música e agências de publicidade para ajudar o Spotify a atender melhor às necessidades dos músicos.

“Essa é a minha tarefa”, disse Carter, em uma entrevista.

O Spotify já começou a ver resultados. O diretor do selo de The Weeknd, Republic Records, elogiou o apoio “histórico” da companhia depois que o cantor de R&B detonou o recorde de reproduções em um único dia do serviço de streaming.

Seu disco “Starboy” dominou as paradas durante cinco semanas. Uma promoção com o cantor e compositor Shawn Mendes se expandiu para a próxima turnê dele.

O Spotify ajudou a vender ingressos antecipados e agora está negociando com o representante Andrew Gertler mais promoções para a turnê.

Os serviços de streaming foram o maior responsável pelas vendas do setor musical dos EUA no primeiro semestre de 2016, à frente da receita obtida pelo iTunes, pela Amazon e pelas compras de mídias físicas, de acordo com a Associação da Indústria Fonográfica dos EUA.

E, embora o rádio continue tendo um público diário muito maior que o do Spotify, as emissoras não têm o mesmo nível de dados sobre seus ouvintes.

O Spotify pode oferecer aos artistas muitas informações valiosas sobre quem os escuta, em qual momento e qual lugar.

“Uma rádio não vai tocar todas as 18 músicas de um disco”, disse Carter. “Nenhuma emissora de rock vai optar por uma performance de R&B como The Weeknd. Com 4.500 listas de reprodução próprias e operadas, podemos ajudar você a chegar a novos públicos.”

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