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Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2013 às 12h01.
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou Edemar Cid Ferreira, fundador e presidente do Banco Santos, e 18 outros executivos por formação de quadrilha para cometer crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e por controlar "fluxo financeiro clandestino de recursos para ou do exterior". A petição de 30 de junho foi assinada pelo procurador da República Sílvio Luís Martins de Oliveira, e recebida pelo juiz federal Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, nesta segunda-feira (4/7). O juiz determinou a abertura de processo criminal contra os acusados.
Além de Edemar, foram denunciados Mário Arcângelo Martinelli, superintendente do banco, Álvaro Zucheli Cabral, diretor administrativo, Clive José Vieira Botelho, diretor de Tesouraria, Ricardo Ferreira de Souza e Silva, sobrinho de Edemar, e seu filho Rodrigo Rodrigues de Cid Ferreira, acusados de integrar um "comitê executivo informal" da instituição financeira.
Também foram denunciados Ary Cesar Gracioso Cordeiro, André Pizelli Ramos, Ricardo Lucena de Oliveira, Gustavo Durazzo, Marcelo Bernardini, Carlos Endre Pavel, Francisco Sérgio Ribeiro Bahia, Antônio Rubens de Almeida Neto, Eliseu José Petrone, Fernando de Assis Pereira, Márcio Daher, Ney Muniz e Márcio Serpejante Peppe.
Segundo o MPF, entre 1995 e 12 de novembro de 2004, data da intervenção decretada pelo Banco Central, os denunciados -- "pré-ajustados e com unidade de desígnios" -- recorreram a operações casadas, vetadas pela legislação brasileira, a mecanismos de mascaramento contábil, à concessão de empréstimos de difícil liquidação, à liquidação de créditos com recursos de origem desconhecida e ao desvio de recursos provenientes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Para o MPF, Edemar e os ex-diretores do Banco Santos dissimularam a origem do dinheiro dos vários crimes com a compra de imóveis e obras de arte. A Justiça Federal programou os interrogatórios de Edemar e dos demais acusados entre os dias 22 e 26 de agosto. Os acusados responderão ao processo em liberdade.