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Sozinho, consórcio Estrela Instantânea vence leilão da Lotex

Total de R$ 818 milhões pela loteria conhecida como "raspadinha" será pago aos cofres do governo federal em sete parcelas anuais

Lotex: conhecida como "raspadinha", a loteria é uma das preferidas dos apostadores (Loterias da Caixa/Divulgação)

Lotex: conhecida como "raspadinha", a loteria é uma das preferidas dos apostadores (Loterias da Caixa/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 22 de outubro de 2019 às 12h42.

São Paulo — O Consórcio Estrela Instantânea, formado pela norte-americana Scientific Games International (SGI) e pela International Game Technology (IGT), com sede no Reino Unido, venceu nesta terça-feira (22) o leilão de concessão do serviço de loterias instantâneas Lotex, ofertando outorga inicial mínima de 97 milhões de reais.

A outorga completa pela loteria chamada de "raspadinha", de 818 milhões de reais, será paga aos cofres do governo federal em mais sete parcelas anuais, corrigidas pelo IPCA. A concessão é de 15 anos.

A vitória dá ao grupo, formado pelas líderes mundiais do setor de loteria instantânea, com cerca de 80% de um mercado avaliado em cerca de 80 bilhões de dólares, o direito de explorar o serviço que foi operado pela Caixa Econômica Federal até 2015 antes de ser descontinuado.

Pelas regras do edital, além do valor da outorga, a concessionária deve repassar 16,7% das receitas para programas do governo, especialmente a segurança pública.

A venda conclui um arrastado processo iniciado no ano passado, com vários adiamentos e mudanças no edital, já que os desenhos iniciais propostos para o negócio afugentaram investidores e levaram ao fracasso das duas tentativas anteriores de leilão.

Representantes do governo minimizaram o fato de, após todos esses ajustes, o leilão ainda assim tenha contado com apenas um participante.

"O mais importante são as receitas que serão geradas ao longo da concessão e que serão economizadas pelo governo", disse Wesley Cardia, executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

Pelo formato ajustado do edital, pelo menos 65% das receitas a serem arrecadadas pelo operador devem ser devolvidas aos apostadores das loterias operadas pelo concessionário.

Guilherme da Rocha Albuquerque, chefe de departamento do BNDES, banco que coordenou o leilão, estimou que a receita para programas públicos deve ser de ao redor de 1 bilhão de reais por ano, quando o negócio estiver maduro. Ao longo da concessão, a estimativa é de que essa fração produza uma receita de aproximadamente 19 bilhões de reais, a valor presente.

Executivos do consórcio vencedor evitaram fazer projeções de resultados, mas salientaram que as oportunidades no Brasil são enormes, considerando as dimensões dos mercados nos quais já operam.

"Na Itália, um país 27 vezes menor em dimensão geográfica e com o equivalente a um terço da população brasileira, vendemos no ano passado o equivalente a 45 bilhões de reais em loteria instantânea", disse à Reuters o diretor no Brasil da IGT, o italiano Roberto Quattrini.

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