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SoftBank faz IPO e ganha novo problema: desconfiança dos investidores

O braço de mobilidade do grupo abriu capital na bolsa de Tóquio nesta quarta-feira, no maior IPO da história do Japão

Masayoshi Son: fundador e atual CEO da SoftBank, cujo setor de mobilidade acaba de abrir capital na bolsa de Tóquio (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

Masayoshi Son: fundador e atual CEO da SoftBank, cujo setor de mobilidade acaba de abrir capital na bolsa de Tóquio (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2018 às 07h13.

Após um 2018 de altos bem altos e baixos bem baixos, o conglomerado japonês SoftBank, do bilionário Masayoshi Son, previa terminar o ano em grande estilo. O braço de mobilidade do grupo abriu capital na bolsa de Tóquio nesta quarta-feira, no maior IPO da história do Japão e no segundo maior IPO de tecnologia de história, atrás apenas do protagonizado pelo varejista online chinês Alibaba, em 2014.

O SoftBank foi à bolsa japonesa numa operação de 23 bilhões de dólares. O problema começou logo após cinco executivos do grupo tocarem o sino: as ações despencaram até 15% no primeiro dia de negociação. A abertura de capital vem semanas após uma grande falha no serviço, atribuído a um problema de software, deixar milhares de clientes sem acesso ao serviço de mensagens. Mas o problema, neste caso, é mais externo do que interno. A alta procura por ações fez o SoftBank ampliar a fatia ofertada, mas analistas afirmam que a empresa foi vítima de um momento difícil. O índice Nikkei caiu mais de 13% desde seu pico mais recente, no início de outubro.

É o mais novo desafio de Masayoshi. O IPO visa dar um novo ar de credibilidade a um dos empreendedores mais visionários do mundo. Ele está à frente de um fundo de 100 bilhões de dólares, o Vision Fund, que visa investir em tecnologias que aceleram a colaboração entre homem e máquina. À demora a gerar resultados, uma crítica comum a seu projeto, se somou nas últimas semanas outra.

Metade do investimento do Vision Fund vem do príncipe saudita Mohammed bin Salman, acusado pela comunidade internacional de ter assassinado o jornalista saudita Jamal Khashoggi. A polêmica jogou uma sombra não só sobre o SoftBank, como sobre as empresas em que o grupo investe, como o app de transportes Uber, o varejista Alibaba e a ARM, fabricante de chips e de equipamentos inteligentes.

A abertura de capital no Japão é fundamental para Masayoshi iniciar 2019 menos pressionado. O desempenho da operadora listada em Tóquio vira uma janela com vista direta para os sucessos e fracassos do visionário empreendedor.

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