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SoftBank dá a volta por cima com o Vision Fund. Mas até quando dura a recuperação?

No último trimestre, o Softbank reportou lucro recorde no último trimestre de 2020: 8 bilhões de dólares – 5% acima do trimestre anterior, encerrado em setembro, e reverteu perdas do início de 2020

Masayoshi Son, do Softbank: lucro recorde no último trimestre de 2020: 8 bilhões de dólares – 5% acima do trimestre anterior com valorização de negócios investidos pelo conglomerado, como Uber e DoorDash (Tomohiro Ohsumi/Getty Images/Getty Images)

Masayoshi Son, do Softbank: lucro recorde no último trimestre de 2020: 8 bilhões de dólares – 5% acima do trimestre anterior com valorização de negócios investidos pelo conglomerado, como Uber e DoorDash (Tomohiro Ohsumi/Getty Images/Getty Images)

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Carolina Ingizza

Publicado em 8 de fevereiro de 2021 às 06h20.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2021 às 08h37.

O conglomerado japonês SoftBank divulgou seus resultados financeiros nesta segunda-feira, 8, com o mercado de olho na recuperação do seu principal fundo, o Vision Fund, que investiu em companhias como Uber, WeWork, Rappi, Gympass e Loggi.

Os resultados agradaram analistas, dispostos a ver uma recuperação do Softbank em relação às perdas significativas no início de 2020. No último trimestre, o Softbank reportou lucro recorde no último trimestre de 2020: 8 bilhões de dólares – 5% acima do trimestre anterior, encerrado em setembro.

O motivo: o rali global em cima de empresas de tecnologia nas quais o fundo Vision Fund, do Softbank, é sócio. Na lista estão negócios listados em bolsa que tiveram valorização nas ações nos último meses, como o Uber, além de negócios promissores também investidos pelo Softbank e que abriram capital recentemente, como o aplicativo de entregas americano DoorDash.

Já esperados por analistas, os resultados positivos foram ofuscados por perdas significativas em operações financeiras comandadas pelo fundador do Softbank, o japonês Masayoshi Son. O Softbank relatou perdas de 285 bilhões de ienes (2,6 bilhões de dólares) em operações com derivativos no trimestre passado.

No balanço divulgado em fevereiro do último ano, o SoftBank surpreendeu o mercado ao informar perdas de 99% na sua lucratividade devido à performance ruim do Vision Fund, que sofria com a queda das ações do Uber e com o fiasco da abertura de capital do WeWork, que nunca saiu do papel.

Como disse Rajeev Misra, que dirige o Vision Fund, em uma conferência do Goldman Sachs em janeiro: "O mundo está substancialmente diferente do que era em janeiro de 2020 e essa mudança de comportamento não voltará ao normal".

O Uber, por exemplo, viu o valor das suas ações subir quase 100% desde o começo de fevereiro do ano passado. Aproveitando que os investidores estão apostando na retomada dos negócios de transporte por aplicativo em 2021, o SoftBank vendeu 2 bilhões de dólares em ações da empresa em janeiro.

O Vision Fund também teve dois IPOs de sucesso em dezembro, das americanas Doordash (de delivery de alimentos) e Opendoor (de venda de imóveis). Na Doordash, o SoftBank havia investido cerca de 680 milhões de dólares, comprando cerca de 20% de participação na companhia — o que passou a valer cerca de 10 bilhões de dólares depois do IPO.

Para 2021, a expectativa é de que a boa onda de abertura de capitais continue. Segundo informações da Bloomberg, o conglomerado tem outras seis companhias na fila para o IPO, entre elas a chinesa Didi Chuxing, dona do aplicativo de transporte 99 no Brasil.

Além disso, o SoftBank está de olho na tendência das empresas SPAC (Special Purpose Acquisition Company, na sigla em inglês). Esse tipo de companhia funciona como uma espécie de “cheque em branco” em que os investidores confiam na expertise dos gestores para encontrar, adquirir e realizar o IPO de uma boa empresa, como explicou a EXAME.

Segundo um pedido protocolado ao órgão regulador americano no fim de janeiro, o conglomerado quer levantar um SPAC de 200 milhões de dólares para investir em uma empresa de tecnologia na América Latina. Chamado de LDH Growth I, o SPAC seria comandado por Marcelo Claure, o criador do Latin America Fund do SoftBank.

Ainda que o SoftBank apresente resultados excelentes, o mercado está com um pé atrás. Segundo um analista do Citigroup ouvido pelo Financial Times, a recuperação do fundo se beneficiou das taxas baixas de juros nos Estados Unidos e do excesso de liquidez dos mercados globais. Quando o cenário mudar, os desafios serão maiores.

(Com informações da Bloomberg)

 

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