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Smiles facilita resgate de milhas para voar apesar da crise

Apesar de novos serviços, o ano será desafiador para a empresa, afirma Leonel Andrade à EXAME.com


	Smiles: Apesar de novos serviços, o ano será desafiador para a empresa, afirma Leonel Andrade à EXAME.com
 (Divulgação)

Smiles: Apesar de novos serviços, o ano será desafiador para a empresa, afirma Leonel Andrade à EXAME.com (Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 11 de abril de 2016 às 09h52.

São Paulo - A Smiles sabe que, em um ano de crise, fica mais difícil viajar. Por isso, ela lançou diversos produtos para facilitar o acúmulo e o resgate de milhas, para incentivar seus clientes a voarem mais longe.

Com um consumo menor e dólar elevado, o acúmulo de milhas cai. Além disso, menos pessoas investem em viagens, que são o cerne da companhia.

Por isso, ela acabou de lançar o Gift Smiles (um site para trocas e doações de milhas entre amigos) e anunciou um novo aplicativo para compras de passagens, tudo para estimular o uso de milhas – e manter o serviço atraente mesmo em um ano de crise.

"Se não dermos mais oportunidades de resgate, isso frustraria o cliente e arriscaria nosso futuro", diz o presidente da empresa, Leonel Andrade à EXAME.com.

Ainda que a empresa tenha 200 parceiros no varejo, ele afirma que o foco da empresa é e continuará sendo o viajante. Além das 12 companhias aéreas parceiras do programa de fidelidade, os 11 milhões de clientes podem trocar seus pontos por hotéis e cruzeiros, por exemplo.

Mesmo assim, o ano será desafiador para a empresa, afirma Andrade à EXAME.com. Confira abaixo a entrevista.

EXAME.com - Quais são os objetivos dessas novas ferramentas, como o aplicativo e o Gift Smiles?

Leonel Andrade - O aplicativo já está no ar e é um grande avanço para a facilidade de resgatar as milhas. É o único aplicativo que permite compra de passagens por milhas, de todas as companhias aéreas que são nossas parceiras. Temos trabalhado para fazer a vida do cliente mais fácil.

O Gift Smiles tem surpreendido. Ele foi lançado no fim de semana passado e já tem mais de 2.000 eventos. As pessoas estão cadastrando seus desejos, viagens futuras e até lua de mel. 

O sucesso de um crowdfunding para viagens chega das pessoas mais novas, mais conectadas e antenadas com as novidades.

EXAME.com - Nos últimos meses, a Smiles investiu em diversas formas facilitar o resgate de milhas, como o Smiles + Money (que permite combinar o pagamento em milhas e em dinheiro). As pessoas estavam tendo dificuldades para resgatar?

Leonel Andrade - Não exatamente. Quando as pessoas escolhem o nosso programa de milhagem e direcionam o seu consumo para o acúmulo de milhas, a primeira prioridade delas é usar assim que puderem. No entanto, quando elas querem viajar e não conseguem, é a maior frustração.

Estamos crescendo uma barbaridade e nos últimos anos investimos muito em maneiras de acelerar o acúmulo de milhas, como o Clube Smiles. Com isso, aumentamos o nosso Market share em milhas acumuladas.

Mas, se não dermos mais oportunidades de resgate, isso frustraria o cliente e arriscaria nosso futuro.

Além do aplicativo e do Smiles + Money, as pessoas também podem usar milhas para pagar taxas de embarque e outros produtos turísticos.

EXAME.com - Em 2015, enquanto o acúmulo de milhas cresceu 25,5%, o resgate subiu menos, 16,6%. Isso significa que as pessoas não estão conseguindo resgatar seus pontos?

Leonel Andrade - A diferença é natural e ideal para alimentar o sistema. Os clientes acumulam primeiro, para gastar depois. Além disso, ainda há pessoas que perdem suas milhas. Se for o contrário, vão faltar milhas no futuro.

No entanto, com a desvalorização do real (as milhas são atreladas ao dólar) e a queda no consumo, o acúmulo será menor em 2016. Por isso, vamos ver os próximos períodos com um resgate forte, um equilíbrio maior entre entrada e saída.

EXAME.com - A participação de troca de milhas por voos da Gol caiu de 83,9% para 73,7% do total. A intenção é se descolar da companhia brasileira?

Leonel Andrade - Não, ainda atuamos muito juntos. No entanto, quando incorporamos a compra de voos de outras companhias aéreas, facilitamos as viagens para o exterior.

Temos aumentado nosso portfólio no segmento de alta renda, com parcerias com áreas nobres dos bancos. Essa parcela da população tende a usar suas milhas para levar sua família em viagens ao exterior, para Europa, Disney. Então é muito importante para nós ter essas parcerias com companhias internacionais.

Quando a Smiles nasceu, 96% do resgate era feito em passagens da Gol e 3% de outras aéreas, principalmente a Delta. Agora, a Gol corresponde a 73,7% dos resgates.

EXAME.com - A categoria que mais aumentou foi o resgate em outros produtos, que cresceu 278,5%. Hoje ela corresponde a 7,3% do total dos resgates. Isso foge do foco da Smiles?

Leonel Andrade - O nosso foco sempre será o viajante. Esses outros produtos são aluguéis de veículos, hotéis, cruzeiros, até taxas de embarque que podem ser pagas com milhas. Não temos foco prioritário em varejo, ainda que a Smiles tenha algumas alianças pequenas com varejistas.

EXAME.com - Quais as expectativas para este ano?

Leonel Andrade - O ano tem um lado desafiador. Com a crise econômica e a redução do consumo, as pessoas irão acumular menos milhas. Mas estamos confiantes que vamos continuar ganhando espaço. Temos novas alianças com companhias aéreas e grandes parceiros, será um ano bom.

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