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Slim fica mais rico com um desmembramento que rejeitava

O homem mais rico do mundo conseguiu um de seus maiores benefícios financeiros ao finalmente se render à proposta do governo mexicano


	Carlos Slim: bilionário mexicano viu sua fortuna saltar para US$ 80,3 bilhões neste ano
 (Susana Gonzalez/Bloomberg)

Carlos Slim: bilionário mexicano viu sua fortuna saltar para US$ 80,3 bilhões neste ano (Susana Gonzalez/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2014 às 17h30.

Cidade do México - Carlos Slim, o bilionário que protegeu de forma bem-sucedida por mais de duas décadas um monopólio de telecomunicações no México, conseguiu um de seus maiores benefícios financeiros ao finalmente se render à proposta do governo.

As ações da América Móvil de Slim subiram 24 por cento neste trimestre, o maior ganho em cinco anos, depois que a empresa disse, em julho, que venderia ativos avaliados em cerca de US$ 17,5 bilhões em meio a uma pressão de parlamentares e órgãos reguladores para impor a concorrência a empresas de telefonia e emissoras dominantes no país.

O avanço das ações foi de quase quatro vezes a média para empresas de telecomunicações de mercados emergentes, mostram dados compilados pela Bloomberg.

Slim, 74, que possui 57 por cento da América Móvil, viu sua fortuna pessoal saltar US$ 6,6 bilhões neste ano, para US$ 80,3 bilhões, superando o homem mais rico do mundo, um dos ex-fundadores da Microsoft, Bill Gates. 

Filho de um imigrante libanês, Slim construiu sua fortuna comprando a empresa pública de telefonia administrada pelo governo em uma rodada de privatização e depois mantendo seu domínio sobre o setor de telecomunicações no México, com uma participação de 70 por cento no mercado de telefonia celular do país e de 80 por cento no de linhas fixas.

“Eles têm sido sólidos e eficientes o suficiente para mandar a mensagem correta ao mercado”, disse María Eugenia Pichardo, CEO da Pichardo Asset Management, com sede na Cidade do México, que supervisiona mais de US$ 200 milhões incluindo ações da América Móvil, em entrevista.

Um assessor de imprensa da América Móvil preferiu não comentar a respeito do aumento das ações.

Costa leste

Maior operadora de telefonia celular do Hemisfério Ocidental, com 267 milhões de usuários, a América Móvil, com sede na Cidade do México, decidiu em julho ceder alguns ativos para uma empresa independente formada recentemente, separar sua rede de torres de telefonia do restante da empresa e renunciar aos seus direitos de adquirir o controle da operadora de TV por satélite Dish Mexico.

A AT&T, com sede em Dallas, está entre as empresas que foram contactadas pela América Móvil como parte dos esforços para vender alguns de seus ativos no México, disseram fontes familiarizadas com o assunto neste mês.

A América Móvil está planejando vender ativos ao longo da costa leste do México que podem somar até US$ 17,5 bilhões, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas porque a informação é privada.

Os planos de desinvestimento no México se encaixam nos esforços da empresa para se expandir em novos negócios na Europa e em outros lugares, segundo Jorge Lagunas, gerente financeiro da Interacciones Casa de Bolsa SA, que possui a ação.

Base austríaca

A América Móvil disse à Bloomberg News neste mês que planeja iniciar negociações para realizar uma oferta conjunta com a Oi SA pela unidade de telefonia celular da Telecom Italia no Brasil, a TIM Brasil.

A empresa também fechou um acordo neste ano para assumir uma participação majoritária na Telekom Austria AG, concluindo uma busca de mais de dois anos para estabelecer uma base operacional na Europa.

Andrés Audiffred, analista do Grupo Financiero Ve Por Más SA, disse que o aumento das ações pode desacelerar se a companhia não for capaz de realizar seu plano rapidamente.

A América Móvil agora está preparando sua proposta oficial para a reguladora das telecomunicações do México, que poderia eliminar as penalidades se a participação de mercado da empresa cair para menos de 50 por cento.

“A empresa não apresentou nenhum plano concreto no tocante aos procedimentos de desinvestimento”, disse Audiffred. “Nós acreditamos que isso levará um significativo período de tempo porque esse plano precisa ser apresentado às autoridades para análise”.

O CEO da empresa, Daniel Hajj, disse em julho que as vendas de ativos promoveriam uma concorrência maior no México.

“Nós estivemos fora da América Móvil por muito, muito tempo”, disse Pichardo, que gerencia o Mexico Equity and Income Fund, que é negociado em Nova York e subiu 10 por cento neste ano. “Finalmente decidimos entrar”.

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