Sede da Banggood: e-commerce chinês cria voo direto ao Brasil e prepara CD no país (Banggood/Divulgação)
Mariana Desidério
Publicado em 11 de outubro de 2020 às 08h00.
Última atualização em 11 de outubro de 2020 às 14h17.
A Banggood, e-commerce de produtos da China concorrente do Aliexpress, está de olho no mercado brasileiro. O país já é o segundo maior mercado para o site, atrás apenas dos Estados Unidos. Agora, o e-commerce passa a ter um voo direto para o Brasil, o que reduzirá seu tempo de entrega para cá, um dos grandes gargalos para as vendas.
Diferente do Aliexpress, que funciona como um mega marketplace, na Banggood todos os produtos são vendidos diretamente pelo e-commerce. “Somos o maior site da China no Brasil que não é marketplace. Em nosso plano de expansão no Brasil, o principal foco é reduzir o prazo de entrega”, afirma Patricia Chen, gerente da Banggood na América Latina.
Com o voo direto ao Brasil, o tempo de espera por uma compra, que hoje chega a 60 dias, cai para 20 ou até 15 dias a depender do produto. E a meta da loja é ser ainda mais rápida. A Banggood está instalando um armazém em Jundiaí (SP), que deve começar a operar nos próximos meses – estava previsto para começar a operar ainda este ano, mas a pandemia atrasou os planos.
O local já foi escolhido e a Banggood trabalha agora para trazer os produtos da China para cá, um processo um tanto demorado. Quando estiver pronto, o centro de distribuição reduzirá o tempo de entrega para até uma semana, a depender da compra. Também permitirá à Banggood vender mercadorias maiores ao mercado brasileiro, como eletrodomésticos.
A Banggood vende produtos de mais de 100 regiões da China para outros países e tem 37 armazéns pelo mundo. A loja chinesa entrou no mercado brasileiro em 2014. Desde então, mais de 726 mil clientes compraram no site. O número de usuários cresce em média 40% ao ano. O faturamento no país é de cerca de 50 milhões de reais ao ano. Em julho, a Banggood fez uma promoção de meio de ano, com ofertas e benefícios como frete grátis. Vendeu 9 milhões de reais em três dias.
O site vende de tudo. De celulares a roupas, de acessórios para carros a brinquedos, passando por eletrônicos e produtos de beleza. Além de reduzir o tempo de entrega para o Brasil, a loja busca aumentar a variedade de ofertas em segmentos estratégicos, como o de celulares, a fim de atrair mais a atenção do consumidor daqui.
Outra frente de atuação é melhorar o relacionamento com o cliente, com foco na confiança do consumidor, que muitas vezes tem medo de comprar produtos da China. “Já temos uma equipe com muita experiência no mercado brasileiro e estamos trabalhando para melhorar a experiência do cliente. Não somos um marketplace, então, se houver algum problema de qualidade, ajudamos de forma mais rápida”, afirma Chen.