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Sindipetro confirma paralisação de petroleiros da Petrobras

Segundo a Petrobras, há bloqueios em várias refinarias, mas nenhuma unidade teve impacto na operação de produção

Petrobras: assessoria informou que a operação não foi afetada (Germano Lüders/EXAME/Exame)

Petrobras: assessoria informou que a operação não foi afetada (Germano Lüders/EXAME/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de maio de 2018 às 16h20.

Rio de Janeiro - Trabalhadores da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), unidade da Petrobras instalada em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, cruzaram os braços no turno de 8 horas a 16 horas deste sábado, em solidariedade ao movimento de greve dos caminhoneiros, informou o Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (Sindipetro-RS).

Segundo a assessoria de imprensa da Petrobras, a operação não foi afetada. Isso porque os trabalhadores do turno anterior, de meia-noite às 8 horas, assumiram os trabalhos. A diretora de comunicação do Sindipetro-RS, Élida Maich, informou que a paralisação foi decidida por cerca de 70 petroleiros reunidos na porta da Refap, na entrada do turno das 8 horas.

A entrada da Refap foi bloqueada por manifestantes desde o início do movimento grevista dos caminhoneiros. Segundo a Petrobras, há bloqueios em várias refinarias, mas nenhuma unidade teve impacto na operação de produção.

Na semana retrasada, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) aprovou greve por tempo indeterminado, mas sem definir uma data. A entidade divulgou um calendário que previa a definição da data de início da greve para o próximo dia 12, mas o Sindipetro-RS resolveu se antecipar o movimento com a ação localizada na Refap. "Como os petroleiros são contra a política de aumento de combustíveis, entramos em solidariedade aos caminhoneiros", afirmou Elida.

As bandeiras da greve aprovada pela FUP são a redução do preço dos combustíveis, a manutenção dos empregos e retomada da produção interna de combustíveis, o fim das importações de gasolina e outros derivados, e contra a venda de ativos da Petrobras, incluindo refinarias.

Na sexta-feira, a FUP divulgou nota criticando a política de preços da Petrobras. "A disparada dos preços da gasolina, do gás de cozinha e do diesel não pode ser tratada como uma questão apenas de tributação. É, acima de tudo, um problema de gestão da Petrobras, que vem sendo administrada para atender exclusivamente aos interesses do mercado. Com o aval do governo Temer, o presidente da empresa, Pedro Parente, adotou em outubro de 2016 uma política de preços internacionais para os derivados produzidos pela estatal, sem estabelecer qualquer mecanismo de proteção para o consumidor", diz a nota.

Segundo a FUP, o alinhamento internacional dos preços da Petrobras faria parte do "desmonte" da estatal. "O objetivo é privatizar as refinarias, os dutos e terminais, assim como já ocorreu com os campos do pré-sal, gasodutos, subsidiárias, entre dezenas de outros ativos estratégicos da estatal. Para facilitar a entrega, Pedro Parente, subutilizou o parque de refino e passou a estimular a importação de derivados por empresas privadas", diz a nota.

A Refap foi uma das refinarias colocadas à venda, em abril, pela estatal, lembrou a diretora do Sindipetro-RS. Segundo Élida, a paralisação deste sábado poderá continuar, caso os funcionários do turno de 16 horas à meia-noite decidam cruzar os braços. Uma reunião será feita na entrada do turno.

 

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