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Sindicatos denunciam McDonald's à OCDE por "assédio sexual sistêmico"

Coalizão afirma que se trata da primeira denúncia de "assédio sexual sistêmico em uma multinacional" dentro dos princípios das diretrizes da OCDE

Funcionários do Mc Donald's: coalizão afirma que se trata da primeira denúncia de "assédio sexual sistêmico em uma multinacional" (Germano Lüders/Exame)

Funcionários do Mc Donald's: coalizão afirma que se trata da primeira denúncia de "assédio sexual sistêmico em uma multinacional" (Germano Lüders/Exame)

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AFP

Publicado em 18 de maio de 2020 às 16h39.

Última atualização em 18 de maio de 2020 às 18h37.

Uma coalizão internacional de sindicatos anunciou ter apresentado nesta segunda-feira uma denúncia ante a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) contra o grupo McDonald's, que acusa de omissão na luta contra um "assédio sexual sistêmico" em suas lanchonetes em vários países.

A denúncia foi apresentada a um centro da OCDE na Holanda, que ficará a cargo da sua supervisão, segundo um comunicado. Estão citados na queixa dois bancos de investimentos, o holandês APG Asset Management e o norueguês Norges Bank, que controlam parte do capital da gigante mundial da fast-food, no total de cerca de 1,7 bilhão de dólares, segundo os sindicatos.

A coalizão afirma que se trata da primeira denúncia de "assédio sexual sistêmico em uma multinacional" dentro dos princípios das diretrizes da OCDE, que prevêem, especialmente, que as multinacionais e seus acionistas respeitem direitos trabalhistas como a proteção dos funcionários contra a violência sexual.

Entre os depoimentos reunidos pelos sindicatos, estão acusações que vão desde "comentários vulgares até agressões físicas" sofridas por funcionários em Brasil, Austrália, Chile, Colômbia, França, Reino Unido e Estados Unidos.

"A violência de gênero e o assédio fazem parte da cultura do McDonald's", estimaram, citando "toques, beijos forçados e outras formas de contato físico não desejado, que são uma forma de agressão sexual que viola a integridade física das vítimas".

"Os funcionários do McDonald's alertaram há anos para o assédio sexual e a violência de gênero, mas a empresa, que possui desde a sua cúpula uma cultura apodrecida, não tomou medidas", assinalou a secretária-geral do Sindicato Internacional de Trabalhadores da Alimentação, Sue Longley.

A denúncia está sendo estudada pelo governo holandês, que decidirá em três meses se dará início a um processo de mediação com a empresa. Segundo a queixa, o grupo McDonald's, com sede nos Estados Unidos, delimita equivocadamente sua responsabilidade pelas condições de trabalho de seus funcionários, alegando que 90% de suas lanchonetes operam sob o regime de franquias.

A apresentação da denúncia na Holanda deveu-se, segundo os sindicatos, ao fato de aquele país ser o "centro nervoso" do McDonald's na Europa e sede do banco APG.

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