São Paulo - Trabalhadores da mina Casa de Pedra, da Companhia Siderúrgica Nacional, decretaram greve no sábado, reivindicando aumento salarial e reajuste na participação dos lucros.

A mina, produtora de minério de ferro e importante fonte de receitas para a companhia, está em Minas Gerais e os trabalhadores cobram reajuste salarial de 15 por cento. Segundo o sindicato Metabase Inconfidentes, a CSN oferece 8,3 por cento de aumento nos salários.

Os trabalhadores também cobram participação nos lucros e resultados de 5,4 salários ante nível atual entre 1,6 e 1,8 salário, informou por telefone à Reuters Jesu Valentim Rodriguez, diretor social da entidade, durante manifestação em Congonhas.

Representantes da CSN não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto. Segundo o sindicato, a mina emprega 2.300 funcionários e tem uma produção diária de 60 mil toneladas de minério de ferro.

A adesão à greve, decretada no sábado por tempo indeterminado, não é total, mas, segundo Rodriguez, a produção na mina "está com certeza prejudicada". Ele comentou que a CSN está tentando impedir a greve, buscando funcionários em casa para o trabalho.

A mina Casa de Pedra é um importante ativo da área de mineração da CSN, que no primeiro trimestre foi responsável por 31 por cento das receitas do grupo e por uma participação na geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 49 por cento.

"A CSN obteve em 2010 um faturamento de 14 bilhões de reais, representando um crescimento de 36 por cento em relação ao ano precedente. A receita líquida da mineração avançou 86 por cento, chegando a 3,6 bilhões de reais. Esses números são as provas irrefutáveis de que a empresa tem totais condições de atender as reivindicações dos trabalhadores", afirma o sindicato em comunicado.