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Sindicalistas protestam contra compra do HSBC pelo Bradesco

Os manifestantes pedem que a autarquia não aprove o acordo de venda de ativos do HSBC no Brasil ao Bradesco


	Os manifestantes pedem que a autarquia não aprove o acordo de venda de ativos do HSBC no Brasil ao Bradesco
 (Reuters/Paulo Whitaker)

Os manifestantes pedem que a autarquia não aprove o acordo de venda de ativos do HSBC no Brasil ao Bradesco (Reuters/Paulo Whitaker)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2015 às 14h47.

Brasília - Um grupo de cerca de 20 pessoas, na maioria sindicalistas, fazia um protesto por volta das 12h desta terça-feira, 18, em frente à sede do Banco Central, em Brasília.

Os manifestantes pedem que a autarquia não aprove o acordo de venda de ativos do HSBC no Brasil ao Bradesco. O maior temor é o aumento do desemprego gerado pelo negócio, em especial no Estado do Paraná, onde fica a sede, no Brasil, da instituição que tem matriz na Inglaterra.

"Esperamos que o Banco Central não homologue o acordo porque aumenta a concentração do setor, diminui a concorrência e aumenta o desemprego", afirmou a coordenadora nacional da Comissão de Organização dos Empregados do HSBC (COE), Cristiane Zacarias.

Depois do BC, o grupo promete ir até à sede do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que também avaliará o negócio entre o Bradesco e o HSBC.

"Esperamos que o BC não seja um mero homologador do ato e que seja um órgão regulador que também pense nos trabalhadores neste momento de desemprego", disse o sindicalista José Orlando Ribeiro, da Federação dos Bancários do Rio Grande do Sul.

Segundo ele, o HSBC tem no Brasil um corpo de 21 mil funcionários. Deste total, de acordo com Cristiane, cerca de metade está no Paraná. "Como o Bradesco tem sede em São Paulo (Osasco), não vai precisar da sede do Paraná, então o Estado é o que terá o maior prejuízo com a operação", disse a coordenadora.

No início de julho, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, recebeu a ex-ministra e senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) na sede da instituição. A venda de ativos do HSBC no Brasil foi o tema da conversa entre os dois e um dos pontos em questão da comitiva, segundo a assessoria do BC na ocasião, foi o impacto que a operação poderá ter para o corpo de funcionários da instituição.

No final do mês passado, o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou com o BC que a venda de ativos do HSBC Brasil aumentaria a concentração bancária doméstica, mas ainda ficará em um nível considerado "moderado", de acordo com o Banco Central.

"O negócio é complexo, mas o sistema está apto a absorver essa operação, qualquer que seja o comprador, sem alterar de forma relevante esse nível de concentração", garantiu o assessor do Departamento de Organização do Sistema Financeiro do BC (Deorf), Elker de Castro, na ocasião.

Para chegar a essa conclusão, os técnicos do BC usam uma escala técnica, o índice de Herfindahl-Hirschman (IHH). O IHH é obtido pela soma dos quadrados das fatias de mercado (market share) das empresas que operam numa determinada área.

De zero a 1.000 pontos, há baixa concentração de mercado; de 1.000 a 1.800, há moderada concentração e, desse nível para cima, o mercado é altamente concentrado. O valor zero significa um mercado em que não existe qualquer empresa do ramo e no caso de 10.000 trata-se de uma situação de monopólio.

Esse ato de concentração específico, de acordo com o BC, não fará com que, globalmente, se supere a marca de 1.800 pontos, ainda que fique mais próximo dele. No mais recente Relatório de Estabilidade Financeira (REF) de março, o IHH do segmento financeiro brasileiro estava em 1.376 no caso de ativos totais, em 1.645 no de operações de crédito e em 1.638 quando a avaliação é sobre depósitos totais. Os dados do REF são referentes a dezembro do ano passado.

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