No fim deste ano, será inaugurado o oitavo centro de pesquisa e desenvolvimento da Siemens, no Rio de Janeiro (Sean Gallup/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de abril de 2012 às 14h58.
Curitiba - A Siemens do Brasil inaugurou nesta quinta-feira, na cidade de Curitiba (PR),o primeiro centro de pesquisa e desenvolvimento para smart grid (redes inteligentes de monitoramento de sistemas elétricos) da América Latina. "É a semente de um grande investimento para trazer mais know-how de redes inteligentes", disse o presidente da Siemens Brasil, Paulo Stark. As pesquisas serão desenvolvidas em um prédio do Parque Tecnológico da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e terão a contribuição de professores e alunos.
Segundo Stark, nos últimos dez anos, a empresa investiu US$ 700 milhões em pesquisa e desenvolvimento. Para os próximos cinco anos estão previstos mais US$ 600 milhões. A nova unidade terá inicialmente 24 profissionais da Siemens, mas a previsão é de que chegue a 100 pessoas no prazo de três anos. "A tendência é duplicar, triplicar", disse Stark. "Este novo centro de pesquisa e desenvolvimento nasce integrado à estratégia global da Siemens para soluções smart grid, desenvolvendo tanto soluções para os clientes do mercado brasileiro quanto soluções de aplicação global."
Stark destacou que a empresa desenvolve, por meio de um consórcio com o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica do Sistema Eletrobrás (Cepel), uma plataforma de gerenciamento de todo o sistema elétrico nacional, que tem acrescentado novas matrizes energéticas e diversificado a distribuição, tornando-se cada vez mais complexo. Com ele será possível integrar os quatro centros de operações regionais (Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Florianópolis) e o nacional, permitindo uma linguagem única entre eles e respostas imediatas. "Garantirá mais confiabilidade ao sistema", reforçou Stark. "Quanto mais robusto e inteligente, haverá menos riscos de blecautes."
Stark disse que consumidores com gastos maiores de energia e que também estão optando por diversificar as fontes geradoras já estão procurando os smart grid com o objetivo de um gerenciamento maior. "Ele precisa de uma gestão dinâmica que aperfeiçoe o perfil do consumo", disse. O próprio sistema é capaz de detectar os momentos em que pode haver desligamento de um ou outro setor sem prejuízo ou emitir alertas quando o consumo estiver fora dos padrões pretendidos. No ambiente domiciliar, o presidente da Siemens afirmou que também é possível realizar o mesmo controle, embora ainda não seja compensador, em razão do baixo valor pago pelos consumidores.
Segundo ele, o governo federal tem tentado dar respostas satisfatórias aos empresários brasileiros que reclamam da desindustrialização, o que faz com que a Siemens veja o futuro com muita "esperança". "Há muito a crescer", salientou. Stark destacou que o Brasil está entre os seis principais países atendidos pelo grupo Siemens. "A importância é grande e será um dos que mais contribuirão nos próximos cinco anos". No ano passado, a Siemens Brasil teve faturamento de R$ 5 bilhões. Em razão da perspectiva de crescimento do mercado nacional, Stark avalia que poderá dobrar esse valor em cinco anos. Segundo ele, 50% da geração de energia no País passa por equipamentos Siemens.
No fim deste ano, será inaugurado o oitavo centro de pesquisa e desenvolvimento da Siemens, no Rio de Janeiro, com o objetivo de aprimorar a tecnologia de distribuição de energia e a exploração de óleo e gás em águas profundas. O de Curitiba, destinado ao smart grid, trabalhará em conjunto com outros, instalados na Alemanha, nos Estados Unidos, na Turquia e na Índia. "São sistemas grandes e relativamente novos no mundo todo, que exigem esforços descentralizados", ponderou o diretor da divisão smart grid da Siemens Brasil, Guilherme Mendonça.