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Siemens e Bombardier negociam fusão de unidades de trens

A proposta de joint venture, que poderia ser avaliada em pelo menos 10 bi de euros, combinaria as atividades de fabricação de trens e sinalização

Trens: nenhuma decisão final foi tomada e a combinação necessitaria de aprovação das autoridades antimonopolistas e poderia enfrentar resistência dos sindicatos (Simon Dawson/Bloomberg)

Trens: nenhuma decisão final foi tomada e a combinação necessitaria de aprovação das autoridades antimonopolistas e poderia enfrentar resistência dos sindicatos (Simon Dawson/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2017 às 16h05.

Frankfurt/São Francisco/Montreal - A Siemens e a Bombardier estão negociando a combinação de suas operações de trens, disseram pessoas com conhecimento do assunto, o que poderá criar uma empresa capaz de suportar melhor a concorrência crescente da China.

A proposta de joint venture, que poderia ser avaliada em pelo menos 10 bilhões de euros (US$ 10,6 bilhões), combinaria as atividades de fabricação de trens e sinalização das empresas, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as discussões são privadas. O acordo pode ser fechado na metade do ano, disse uma das pessoas.

Nenhuma decisão final foi tomada e a combinação necessitaria de aprovação das autoridades antimonopolistas e poderia enfrentar resistência dos sindicatos, disseram. Representantes da Siemens e da Bombardier preferiram não comentar.

Analistas do Société Générale avaliaram a unidade de mobilidade da Siemens em cerca de 7,2 bilhões de euros, enquanto a Veritas Investment Research afirmou que a participação de 70 por cento da Bombardier em sua empresa de transporte está avaliada em pelo menos US$ 5 bilhões.

As negociações entre a Bombardier e a Siemens começaram no início do ano, disseram as pessoas. Uma combinação ajudaria as empresas a evitar a pressão das concorrentes chinesas, que estão se expandindo internacionalmente e ameaçando sua participação de mercado.

Preocupações com autoridades

A Bombardier vendeu uma fatia de 30 por cento de sua divisão de trens à gestora de fundos Caisse de Dépôt et Placement du Québec no ano passado, avaliando a unidade em US$ 5 bilhões e ajudando a empresa com sede em Montreal a levantar capital em um momento em que enfrentava uma crise de liquidez decorrente dos atrasos de seus novos jatos.

Contudo, as preocupações de origem antimonopolistas enfrentadas pelas duas empresas centradas na Europa poderiam ser um obstáculo ao acordo. A Siemens e a Bombardier provavelmente também teriam que conseguir o apoio dos representantes dos trabalhadores, que se oporiam à eliminação de empregos.

Enxugamento da Siemens

A transferência de sua divisão de mobilidade para a joint venture enxugaria ainda mais o vasto conglomerado Siemens, que até uma década atrás consistia em mais de uma dezena de unidades que fabricavam de tudo, de redes móveis a lâmpadas e equipamentos industriais pesados.

O CEO Joe Kaeser passou os últimos anos reduzindo o foco da Siemens nos campos de energia, automação de fábricas e software industrial. Ele vendeu a maior parte da divisão de lâmpadas e anunciou planos de listar ações da subsidiária de saúde, que produz escâneres médicos e outros equipamentos de imagem.

A Siemens fabrica o trem de alta velocidade ICE, que conecta cidades alemãs como Colônia, Berlim e Munique. A divisão também fabrica bondes e equipamentos de sinalização.

A unidade de mobilidade da Siemens é perseguida há anos por prejuízos e pagamentos de indenizações devido à demissão de funcionários, gerando a especulação recorrente de que a companhia poderá buscar um parceiro como a Bombardier ou a Alstom, a fabricante francesa dos trens TGV.

A oferta da Siemens em 2014 para compra da Alstom fracassou diante de uma proposta concorrente da General Electric, que acabou adquirindo os ativos de geração de energia da Alstom.

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