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Shoppings e comércio começam a suspender operação em SP

Para reduzir a contaminação do novo coronavírus, parte do comércio na maior cidade do país ficará fechado a partir desta sexta-feira, 20

Lojas: shopping centers paulistanos também começam a suspender atividades nesta sexta-feira (Germano Lüders/Exame)

Lojas: shopping centers paulistanos também começam a suspender atividades nesta sexta-feira (Germano Lüders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2020 às 05h57.

Última atualização em 20 de março de 2020 às 10h07.

Para reduzir a contaminação do novo coronavírus, parte do comércio começará a fechar as portas na maior cidade do país a partir desta sexta-feira, 20. Por meio de decreto da prefeitura de São Paulo, lojistas precisam paralisar as operações obrigatoriamente por 15 dias, até o próximo dia 5 de abril.

Já os shopping centers paulistanos também começam a suspender atividades nesta sexta-feira e têm até segunda-feira, 23, para fechar os espaços, desta vez por recomendação do governo do estado. Academias têm até domingo, 22. A ordem é que os shoppings fiquem parados até 20 de abril.

O prefeito Bruno Covas estima que São Paulo tenha prejuízo de 1,5 bilhão de reais com as medidas de combate ao coronavírus. Delivery e comércios essenciais, como farmácias, restaurantes, lojas de conveniência, padarias e postos de combustível, entre outros, podem continuar funcionando, desde que intensifiquem operações de limpeza e higiene. A decisão só vale para a cidade de São Paulo, e ficam mantidas operações na região metropolitana e interior.

No Rio, o governador Wilson Witzel já havia recomendado que as lojas de shopping não-essenciais fossem fechadas, assim como academias. São Paulo é o estado com mais casos de covid-19 no Brasil, com 240 confirmados pelo Ministério da Saúde. O Rio tem 45. Os dois estados respondem até agora por todas as sete mortes registradas no país.

Algumas empresas, individualmente, também já tomaram a decisão de fechar suas lojas físicas em todo o país, como a rede de alimentação McDonald’s e a varejista de moda Renner.

Mesmo antes das medidas do governo, o varejo físico já vinha sofrendo desde o começo do mês com queda no movimento. As vendas caíram 4,5% na comparação com os 17 primeiros dias de fevereiro, de acordo com dados compilados pela empresa de pagamentos Cielo. Só os serviços tiveram queda de 21,3%. Na outra ponta, como consumidores começaram a estocar bens em casa, os bens não duráveis, como alimentos e remédios, veem alta de 6,8% no período.

Apenas na quarta-feira, dia 18, o fluxo de consumidores no varejo físico caiu 41,6% em relação à média das quartas-feiras de 2020, de acordo com levantamento feito pela empresa de dados do varejo Seed Digital. A queda foi mais acentuada nas lojas em shoppings centers, de 54,7% no dia.

Com as restrições ainda mais severas, franqueados e lojistas terão dificuldades em pagar aluguéis e salários. O presidente da Ablos (Associação Brasileira dos Lojistas Satélites), Tito Bessa, estima que 80% dos pequenos lojistas em shoppings não terão condições financeiras de passar pela crise. A Associação Brasileira de Franchising (ABF), afirmou na terça-feira, 17, que estava em contato direto com as redes administradoras de shoppings para negociar medidas que minimizem o efeito da paralisação para suas 1.300 redes de franquias associadas. Entidades estimam que os cortes no comércio podem chegar a 5 milhões de desempregados até o fim de abril.

Um retrato cruel do impacto no varejo vem da economia chinesa, a primeira afetada pelo coronavírus. No primeiro bimestre deste ano, o varejo caiu 20,5% no país, segundo o governo local. O desemprego chinês foi de 5,2% para 6,3% entre dezembro e fevereiro. No Brasil, o impacto nos pequenos lojistas pode atingir em cheio a economia que já vinha frágil.

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