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Iguatemi mostra o que a pandemia reservou aos shoppings

Iguatemi divulga resultados do segundo trimestre. Investidores também querem saber como fica a estratégia dos shoppings para os próximos meses

 (Nacho Doce/Reuters)

(Nacho Doce/Reuters)

DG

Denyse Godoy

Publicado em 4 de agosto de 2020 às 06h30.

Última atualização em 4 de agosto de 2020 às 11h19.

O grupo Iguatemi, que administra shopping centers voltados às classes mais abastadas, divulga o balanço do segundo trimestre do ano nesta terça-feira, 4, após o fechamento do mercado. Enquanto as varejistas com boa presença digital têm brilhado durante a pandemia do novo coronavírus, as lojas físicas, obrigadas a fechar as portas durante meses no país para tentar brecar o contágio, viram seu faturamento despencar a quase zero. Arrastaram consigo os centros de compras.

Depois de um lucro de 59 milhões de reais no período de abril a junho de 2019, o Iguatemi deve ter registrado prejuízo de 32 milhões de reais no mesmo intervalo deste ano, segundo a estimativa média do mercado. As receitas devem ter despencado 64%, para 68 milhões de reais. Além dos calotes de parte dos lojistas, o Iguatemi, assim como outros shopping centers brasileiros, teve que dar descontos nos alugueis e aceitar a suspensão de pagamentos enquanto foram obrigados a manter as portas fechadas.

Para os investidores, é fácil entender e aceitar os números trimestrais ruins em meio à maior crise econômica, de saúde pública e social desde a Segunda Guerra Mundial. O pior pode estar à frente, porém. Mesmo adotando sofisticados procedimentos de segurança e higienização dos ambientes, os shopping centers têm sofrido para atrair de volta os consumidores.

Parte deles se acostumou às praticidades das compras virtuais. Outra parte ainda está com medo de circular, porque a infecção respiratória covid-19 continua matando a um ritmo de 1.000 brasileiros por dia. De toda forma, as lojas que já reabriram não estão registrando movimento nem perto do que era antes, e por isso têm demandado mais abatimentos dos aluguéis. Alguns lojistas do Iguatemi São Paulo, o mais antigo da cidade, ameaçou deixar de pagar o boleto de julho para forçar o grupo a negociar.

A situação dos varejistas dos centros de compras é ainda pior do que a das lojas de rua, tidas como menos arriscadas para a saúde por ficar em lugares abertos. Por isso, além dos números do balanço trimestral, os investidores agora querem saber como fica a estratégia do setor para os próximos meses. Nesta semana, além do Iguatemi, a administradora de shoppings Aliansce vai ter chance de responder a essa pergunta na divulgação do seu balanço amanhã; a BR Malls, no dia 13; a General Shopping, no dia 14.

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