Televisor da Sharp sendo apresentado em feira de tecnologia: incapacidade de cumprir prazo reforçará a pressão sobre companhia, que enfrenta problemas de caixa (REUTERS / Steve Marcus)
Da Redação
Publicado em 18 de março de 2013 às 10h36.
Tóquio - A Sharp anunciou que não cumprirá o prazo de 29 de março para receber a segunda metade de um investimento de 120 milhões de dólares da Qualcomm, por não ter conseguido completar um plano para iniciar a fabricação de telas economizadoras de energia que as duas companhias estão desenvolvendo juntas.
A Qualcomm, que fez metade do investimento de 120 milhões de dólares em dezembro, estipulou condições para o desembolso do dinheiro restante, como concluir as especificações das telas para smartphones e tablets.
A Qualcomm, fabricante de chips sediada em San Diego, também estipulou que a Sharp deveria realizar lucro operacional na segunda metade de seu ano fiscal e contar com pelo menos 100 bilhões de ienes (1,05 bilhão de dólares) em ativos líquidos.
"As metas financeiras não são a causa do atraso", disse Miyuki Nakayama, porta-voz da Sharp. Sharp e Qualcomm definiram 30 de junho como nova data para que a companhia japonesa cumpra as condições para o segundo pagamento, ela acrescentou.
As duas empresas anunciaram em dezembro que a Qualcomm, por meio de sua subsidiária Pixtronix, trabalharia com a Sharp para desenvolver novas telas economizadoras de energia, com base na tecnologia IGZO da companhia japonesa.
A incapacidade de cumprir o segundo prazo reforçará a pressão sobre a Sharp, que enfrenta problemas de caixa e busca recursos para bancar o pagamento de uma emissão de debêntures conversíveis de 2,1 bilhões de dólares que vence em setembro.
A maior fabricante japonesa de painéis LCD também fracassou na renegociação de um acordo com a Hon Hai, de Taiwan, que adquiriria 9,9 por cento de suas ações.
O prazo para o trato era 26 de março, e ele deve se esgotar sem que as companhias cheguem a um acordo.
A Samsung Electronics neste mês fechou acordo para investir 110 milhões de dólares na Sharp, que fornece telas para o iPhone 5 e iPad, da Apple, em troca de uma participação acionária de três por cento e de uma promessa da Sharp de que elevaria o volume de painéis fornecidos para a companhia sul-coreana.