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Setubal vê lucro do Itaú 15% maior em 2012 com Selic menor

Segundo o presidente do banco, os cortes na taxa básica de juros reduzem a inadimplência

Roberto Setubal: "isso é muito positivo para o crédito e positivo para os bancos" (Fabiano Accorsi/EXAME.com)

Roberto Setubal: "isso é muito positivo para o crédito e positivo para os bancos" (Fabiano Accorsi/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2011 às 11h08.

São Paulo - O lucro do Itaú Unibanco Holding SA, maior banco da América Latina, deve crescer 15 por cento em 2012 à medida que os cortes na taxa básica de juros reduzem a inadimplência, disse o presidente Roberto Setubal.

“Teremos um período de queda nas taxas de juros e isso ajudará a reduzir a inadimplência e vai melhorar as condições econômicas em geral”, disse Setubal, de 56 anos, em entrevista ontem em seu escritório em São Paulo. “Isso é muito positivo para o crédito e positivo para os bancos.”

O lucro líquido, que ficou abaixo das estimativas de analistas no segundo trimestre, vai crescer pelo menos 10 por cento neste ano, disse ele. No primeiro semestre, o lucro recorrente aumentou 7,6 por cento em relação a igual período do ano passado, para R$ 6,96 bilhões. A meta da instituição é elevar seu lucro em 15 por cento para manter um retorno sobre patrimônio acima de 20 por cento, disse Setubal.

O Banco Central cortou inesperadamente a taxa básica de juros no mês passado e sinalizou que continuará reduzindo a Selic. Para o Itaú, isso significa uma reversão do aumento nas taxas de inadimplência, que têm afetado o lucro do banco, e levaram a um aumento de 29 por cento nas provisões para crédito duvidosos no fim de junho, em comparação ao mesmo mês de 2010, segundo seu último balanço.

As ações preferenciais do Itaú subiam 2,1 por cento para R$ 28,87 às 10:19 na Bovespa. A baixa acumulada no ano até ontem é de 29 por cento, maior que as quedas de 13 por cento do Banco Bradesco SA, segundo maior do País por valor de mercado, 17 por cento do Banco do Brasil SA, líder na América Latina por ativos, e 19 por cento do Ibovespa.

Inadimplência

O BC reduziu a Selic de 12,5 por cento para 12 por cento ao ano, surpreendendo todos os 62 economistas consultados pela Bloomberg, que esperavam manutenção da taxa.

O Itaú tem planos para aumentar sua carteira de crédito em 15 por cento ao ano, mais que o triplo da taxa de crescimento projetada por Setubal para o Produto Interno Bruto nos próximos anos. A carteira do banco aumentou 21 por cento em junho, na comparação com o mesmo mês de 2010, para R$ 317 bilhões.

Em agosto, o Itaú disse que sua taxa de inadimplência, que mede os pagamentos com mais de 90 dias de atraso, aumentou de 4,2 por cento no fim do primeiro trimestre para 4,5 por cento em junho. O banco previu na ocasião que a taxa iria aumentar entre 20 pontos-base e 30 pontos-base no segundo semestre.

A inadimplência “está praticamente sob controle”, disse Setubal. “Ano que vem teremos um ano melhor e já vemos sinais disso.”

Aquisições e sinergias do Unibanco

Embora o Itaú tenha planos de expansão na América Latina para diversificar seus negócios, Setubal disse que não há planos neste momento de fazer aquisições fora do País porque as ações do Itaú estão depreciadas com relação a empresas que ele possa vir a comprar.

“Dados os valores relativos, os ativos na América Latina e nos Estados Unidos estão caros”, disse ele. “Para nós, seria muito caro fazer uma aquisição fora do Brasil agora.”

No Chile, o Itaú pretende abrir de 10 a 16 agências este ano. Hoje o banco tem 60 agências lá. O Itaú também está abrindo escritórios ou requisitando licenças bancárias na Colômbia e Peru, segundo o executivo.

O Itaú não tem planos de fazer aquisições na Europa embora a crise tenha depreciado os preços dos bancos naquela região, disse Setubal.

A integração com o Unibanco vai continuar a ajudar a reduzir custos, disse ele.

“Temos a integração entre o Itaú e o Unibanco e ainda não capturamos todas as sinergias que eram possíveis”, disse ele. “Agora que temos um banco só, o objetivo é torná-lo mais eficiente.”

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