Cedro Mineração já nasceu com estratégia socioambiental, premissa para o crescimento expressivo observado nos últimos anos, ancorado em investimentos em inovação e sustentabilidade. (Pedro Vilela/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 5 de junho de 2024 às 15h00.
Última atualização em 7 de junho de 2024 às 10h54.
O Brasil já é o segundo maior produtor mundial de minério de ferro, produto que tem grande peso na balança comercial, sendo o terceiro item mais exportado pelo país em 2023. Neste ano, os números seguem promissores: a mineração nacional encerrou o primeiro trimestre com faturamento 25% superior ao mesmo período do ano passado, saltando de R$ 54,6 bilhões para R$ 68 bilhões. Dessa quantia, R$ 43,9 bilhões (64,2%) se devem só ao minério de ferro.
Um dos braços da Cedro Participações, a Cedro Mineração é hoje uma das principais fornecedoras de minério de ferro para a indústria siderúrgica do estado de Minas Gerais. Com 20% da produção destinada ao mercado interno, atendendo as indústrias do polo guseiro de Sete Lagoas e a Gerdau, fornece o restante para a exportação, realizada por intermédio de parcerias comerciais com grandes empresas do setor, como Vale, CSN e Trafigura.
Com operações em Nova Lima e Mariana (MG), a Cedro Mineração já nasceu com estratégia socioambiental, premissa para o crescimento expressivo observado nos últimos anos, ancorado em investimentos em inovação e sustentabilidade. “O contexto de qualquer produção industrial atual não pode ser pensado sem considerar seu impacto ambiental e na sociedade. A indústria siderúrgica está adotando diversas ações para a descarbonização, o que inclui otimização da energia consumida, maior utilização de sucata e preferência por processos com menor emissão de CO2”, pontua Lucas Kallas, sócio-fundador e presidente do conselho de administração da Cedro Participações.
Um caminho promissor para uma siderurgia mais sustentável citado pelo empresário é a adoção de processos de redução direta do minério de ferro, usando pellet feed (pelotas). “Eles utilizam gás natural ou hidrogênio como agentes redutores, em vez do carvão coqueificável, o que diminui significativamente as emissões, e permite uma produção de aço mais limpa e eficiente”, explica Kallas.
Pioneira na descaracterização de barragem de rejeitos no estado de Minas Gerais e na utilização das mais modernas tecnologias de mineração, a Cedro Mineração caminha hoje para ser a quinta maior empresa de minério de ferro do país e a primeira com capital 100% nacional. Nos últimos quatro anos, a produção aumentou dez vezes.
A Mina do Gama, em Nova Lima, por exemplo, onde o negócio começou, teve sua capacidade produtiva triplicada desde que foi adquirida pela Cedro em 2020, passando de 1,3 milhão de toneladas/ano para 3,9 milhões de toneladas/ano. Somando as 3 milhões de toneladas/ano da planta de Mariana, cujas operações foram iniciadas há um ano e meio, a Cedro Mineração produz anualmente cerca de 7 milhões de toneladas de minério.
“E o desafio não para, pois nossa meta é chegar em 2030 com mais de 25 milhões de toneladas/ano e focada em pellet feed de redução direta. Na minha visão, quem não se preparar, visando a descarbonização, estará fora do jogo”, avisa Lucas Kallas.
Para consolidar a Cedro Mineração como referência na produção de minério de ferro de alta qualidade, serão feitos investimentos para a ampliação da capacidade produtiva da mina em Mariana e abertura de outras três, todas localizadas no quadrilátero ferrífero de Minas Gerais.
Segundo Lucas Kallas, o contínuo investimento em inovação e sustentabilidade é um dos alicerces do crescimento da mineradora. “Temos como premissa o desenvolvimento sustentável do nosso negócio. Investimos em tecnologias visando o melhor aproveitamento mineral, mas também o impacto positivo ao meio ambiente e às comunidades do entorno.”
Um destaque nesse sentido é a inovadora tecnologia de filtragem do rejeito, que não utiliza barragens. Com investimentos de aproximadamente R$ 30 milhões em equipamentos foi possível viabilizar um sistema que beneficia o meio ambiente e garante segurança para toda a população.
“Os rejeitos provenientes do processo de beneficiamento do minério de ferro são direcionados ao sistema de filtragem, os quais passam por filtros prensas. Estes têm a capacidade de retirar o excesso de água e viabilizar o empilhamento a seco do rejeito. A dinâmica desse processo implica a não utilização de barragens e o reaproveitamento de 85% da água utilizada em nosso processo de beneficiamento”, esclarece Kallas.
Além de direcionar investimentos significativos para tornar seus produtos compatíveis com processos de redução direta, a Cedro Mineração também vem buscando explorar suas minas de modo mais racional e econômico. Um exemplo é o projeto premiado Skid - NR 34, que permite o aproveitamento do minério com menor teor de ferro que seria descartado.
A Cedro Mineração está investindo ainda em ferrovias e terminais ferroviários para tornar mais eficiente o transporte da produção, reduzindo as distâncias percorridas por caminhões entre as unidades produtivas e a linha férrea, principal meio de escoamento dos produtos destinados ao mercado externo.
Uma dessas frentes é o ambicioso Projeto Shortline, idealizado por Kallas, em que a companhia deve investir mais de R$ 1 bilhão. Consiste na construção de um ramal ferroviário na Serra Azul, no Quadrilátero Ferrífero, que irá escoar a movimentação do minério de ferro extraído nas minas exploradas nessa região. Com uma extensão de aproximadamente 30 km, este ramal irá se conectar à malha principal da MRS com destino ao porto de Itaguaí (RJ), evitando o tráfego de carretas carregadas das minas locais aos terminais de carga da região metropolitana de Belo Horizonte e, consequentemente, as emissões de carbono.
Entre as vantagens da mudança do modal de transportes, destacam-se: maior competitividade para a produção mineral brasileira, mais segurança para o transporte de carga e para a população, além de menos acidentes nas estradas, menor impacto ambiental e desenvolvimento socioeconômico.
O projeto deve sair do papel em dois anos, logo que forem concluídos os trâmites junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e obtidas todas as licenças ambientais.
O pilar social da sustentabilidade, com participação ativa nas comunidades de seu entorno, também é um diferencial da Cedro Mineração. Um exemplo que enche Lucas Kallas de orgulho é o investimento para a reabertura da Creche São Judas Tadeu, em Nova Lima, fechada durante a pandemia. Todo o espaço físico da entidade foi restaurado e reestruturado pela Cedro, que seguiu sendo também sua mantenedora. Atualmente, a companhia ampara em torno de 600 crianças de quatro meses a 12 anos e serve 3,6 mil refeições por dia.
“As empresas podem ter papel relevante na vida das pessoas, em parceria com as associações de moradores, entidades filantrópicas e poder público. São oportunidades de retornar para a comunidade uma parte dos nossos resultados”, destaca o sócio-fundador da mineradora.
Além deste projeto, a mineradora apoia dezenas de outros destinados à saúde, à cultura, ao esporte e, inclusive, à melhoria da infraestrutura nas regiões em que opera. É o caso, por exemplo, de um bairro próximo a uma de suas minas, em que uma rotatória era utilizada para depósito de raspas de asfalto retiradas da BR-040 e sofria com inundações decorrentes do transbordamento de um córrego. A Cedro Mineração construiu uma praça no lugar e infraestrutura adequada para viabilizar o escoamento da água no período chuvoso.
A preocupação com o bem-estar social é um reflexo do que se observa dentro da própria companhia, que valoriza seus colaboradores, força motriz do negócio. Assim como nos demais segmentos da Cedro Participações, que também atua nas áreas de agronegócio, infraestrutura e saúde, na mineração o potencial de cada profissional é estimulado com oportunidades de aprendizado.
“Temos uma equipe multidisciplinar, que conta com profissionais altamente capacitados e engajados com a mesma visão de transformar a imagem da mineração em sinônimo de sustentabilidade e desenvolvimento socioeconômico”, destaca Kallas.
Com uma comunicação próxima e uma escuta ativa, a companhia se sobressai também pelas políticas de recursos humanos focadas em criar um ambiente estimulante e acolhedor e comprometidas com a diversidade, equidade e inclusão.
Mesmo em uma atividade majoritariamente masculina como a mineração, o número de mulheres no quadro de funcionários, por exemplo, cresceu 100% nos últimos dois anos, em todas as áreas, inclusive operacionais e de gestão.
É por esse cuidado com as pessoas que os colaboradores da Cedro Mineração se mostram tão engajados no crescimento do negócio e no desafio de transformá-lo mais sustentável, com impactos positivos no meio ambiente e para a população. “Acompanho o desenvolvimento da empresa diariamente. Interajo com a equipe, auxiliando nas soluções e estratégias para alcançarmos os objetivos traçados”, diz o empresário.
Kallas se tornou empreendedor aos 18 anos, ajudando o avô Farid Kallas, e sua liderança “mão na massa” é uma inspiração para os funcionários. “Aprendi cedo que onde muitos veem dificuldades é preciso também avaliar as oportunidades. Costumo dizer que só pega onda quem está no mar. E nossa equipe está sempre preparada para enfrentar novos desafios”, finaliza o empresário.