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Setor financeiro se mobiliza para financiar mudanças climáticas

Na COP26, líderes brasileiros mostram ferramentas e exemplos de como o setor financeiro tem relação direta com as mudanças climáticas -- e por que é preciso fazer mais

Malwee e Marfrig: empresas como protagonistas na sustentabilidade (Witthaya Prasongsin/Getty Images)

Malwee e Marfrig: empresas como protagonistas na sustentabilidade (Witthaya Prasongsin/Getty Images)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 2 de novembro de 2021 às 16h11.

Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 13h18.

*De Glasgow, na Escócia

A COP26 é o momento de discutir as ações efetivas para discutir como frear o aumento do aquecimento global e outras ações de mudanças climáticas. Para isto, é preciso muito investimento.

O plano inicial mostra que os países desenvolvidos buscam um progresso em direção à meta de 100 bilhões de dólares em 2022, com o objetivo de cumpri-lá em 2023. Há também a possibilidade de mobilizar mais de 100 bilhões de dólares por ano daí em diante até 2025. Mas, é preciso ação, incluindo o setor financeiro em metas ambiciosas.

Neste cenário, nesta terça-feira, 2, um painel com participação de brasileiros propos iniciativas. Na mesa, estavam Ana Lima, Head de Sustentabilidade da Principles for Responsible Investment (PRI) das Nações Unidas, Sergio Suchodolski, Presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e Presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), Rafael Gersely, Líder de Programa Investidores pelo Clima (IPC) e Gustavo Souza, Gerente Sênior de Políticas Públicas do CDP América Latina e Secretaria IEC, o momento contou com apoio da Rede Pacto Global Brasil, também parceiro da EXAME na cobertura de COP26.

Para Lima, as mudanças começaram a acontecer quando os investidores de fato começaram a se familiazar sobre os seus impactos gerados. “Trabalhamos com sistemas e métricas robustas para que eles entendam como medir o impacto que tem, e mitigá-los quando negativo”, afirma.

Um exemplo é o sistema de uso da terra, que, com dados, consegue mostrar como os riscos sistêmicos afetam os stakeholders. “Temos 1/3 dos investidores do mundo olhando para o Brasil, e mais investidores podem inspirar mudanças nessa jornada. Cada empresa e investidor precisa entender que tem uma papel neste momento”, diz Lima.

Para Gersley, avanços podem ser considerados. “Foi possível ver a quantidade de novos projetos de ESG que apareceram nos últimos anos, e há intenção de investimentos nesta frente, algo que antes era mais negligenciado. Ainda assim, há meios de criação para mais oportunidades de investimentos”.

Um exemplo vem do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, que, conforme anunciado na COP26, usará um software que vai calcular os fatores de risco climático nas operações financeiras dos bancos, como por exemplo, concessão de crédito. Isto se dará por meio de um projeto da WayCarbon, financiado pelo UK Pact. Em seguida, outros bancos terão acesso à ferramenta.

“Há caminhos para o avanço, como um compromisso de financiamento climático, por meio de parcerias internacionais, que ajudam com conhecimento técnico e projetos que sejam bancarizados”, diz Suchodolski.

Exame na COP26

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) é um tratado internacional com o objetivo de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera.

Uma das principais tarefas da COP é revisar as comunicações nacionais e os inventários de emissões apresentados por todos os países membros e, com base nessas informações, avaliar os progressos feitos e as medidas a serem tomadas.

Para além disto, líderes empresariais, sociedade civil e mais, se unem para discutir suas participações no tema. Neste cenário, a EXAME atua como parceira oficial da Rede Brasil do Pacto Global, da Organização das Nações Unidas.

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