Planos de saúde (BrianAJackson/Thinkstock)
Denyse Godoy
Publicado em 7 de dezembro de 2020 às 06h00.
Última atualização em 7 de dezembro de 2020 às 13h42.
Nesta semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso deve homologar a delação premiada do empresário José Seripieri Filho, o fundador da empresa do setor de planos de saúde Qualicorp, que é conhecido como Júnior.
O acordo foi fechado em 26 de novembro pela Procuradoria Geral da República (PGR), como é exigido em casos que envolvem pessoas com foro privilegiado. O documento explica como se deu o pagamento de propina a diversos políticos por meio de caixa dois nas eleições de 2014. Segundo reportagens veiculadas na imprensa na última semana, também há menção a um esquema de pagamento de propina para a aprovação, pelo Congresso Nacional, de uma medida provisória que dava benefícios tributários às operadoras de planos de saúde – daí a tensão no setor. A ação da Qualicorp recuava 2,4%, vendida a 34,52 reais, no início da tarde desta segunda-feira (7).
Mas, segundo a EXAME apurou, não existe na delação nenhuma alusão a empresas e medidas referentes ao setor de saúde.
Como parte do acordo, Júnior vai pagar uma multa de 200 milhões de reais. O empresário decidiu fazer a delação após ficar preso por três dias, em julho, em meio à operação Paralelo 23 da Polícia Federal, a terceira fase da Lava-Jato eleitoral em São Paulo.
Todo o processo da delação premiada, incluindo a homologação pela Justiça em qualquer esfera, deve permanecer sigiloso até a apresentação da denúncia, segundo o entendimento já fixado pelo STF a respeito das leis 9.807/99 e 12.850/2013. Por isso, nenhum dos envolvidos pode comentar a negociação.
Júnior deixou a Qualicorp em 2019, 22 anos após fundar a administradora e criar novos produtos como o plano coletivo por adesão.