Estaleiro Atlântico Sul: só cinco dos navios construídos poderão ser operados pela Sete Brasil (Divulgação)
Luísa Melo
Publicado em 27 de agosto de 2015 às 12h25.
São Paulo - A Sete Brasil enfrentará um prejuízo extra de 600 milhões a 800 milhões de dólares devido às novas exigências feitas pela Petrobras para a operação de sondas do pré-sal, segundo a Folha S. Paulo.
De acordo com o jornal, o valor foi calculado pelos sócios da empresa. A perda representa 15% dos 4 bilhões de dólares já investidos por ela até agora.
Criada para construir navios que posteriormente seriam alugados pela estatal para explorar petróleo em áreas profundas, a Sete Brasil luta para se reerguer desde que foi citada na operação Lava Jato.
O escândalo paralisou a compra de plataformas e aparelhos e minou o caixa da companhia, já que a petroleira está atrasando pagamentos e os custos de financiamento subiram.
Devido à queda dos preços do barril de petróleo, o aluguel de sondas de petróleo no exterior passou a custar cerca de 300 mil dólares por dia, enquanto a Sete Brasil cobraria mais de 400 mil dólares diários.
Por isso, técnicos da Petrobras planejariam desfazer acordos com a empresa.
Conforme publicou a Folha, o plano de reestruturação da Sete prevê que ela opere pelo menos sete das 15 sondas em construção para que o investimento se torne viável.
Mas, pelas novas exigências da Petrobras, como a parceira não tem experiência em comandar esse tipo de atividade, apenas cinco navios poderão ser administrados por ela. A Sete Brasil fica ainda proibida de ter participação minoritária nas outras empresas que vão operar as demais sondas.
Além disso, a área técnica da estatal pedia o cancelamento dos contratos dos equipamentos em que a Sete não cumprisse a cota de conteúdo nacional. Após negociações, concordou-se em resolver o impasse com o pagamento de multa, como previsto anteriormente, mas o valor da punição foi dobrado.
Essas mudanças, segundo a Sete Brasil, prejudicam o retorno aos acionistas quem, de acordo com a Folha, já pensam em resolver a questão na Justiça.
Eles acreditam na possibilidade de um litígio, já que foi a própria Petrobras quem criou o projeto da parceira.
O caixa da empresa só seria suficiente para pagar funcionários, despesas administrativas e impostos até o primeiro trimestre de 2016.