Sala de aula: a empresa informou que fez um levantamento e identificou poucas cidades em que sua operação se sobrepõe à da Estácio (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2016 às 13h42.
São Paulo - A proposta de combinação de negócios entre a Ser Educacional e a Estácio vem sendo analisada pela Ser desde o ano passado, segundo o presidente da companhia pernambucana, Jânyo Diniz.
Em teleconferência com analistas e investidores nesta segunda-feira, 6, o executivo afirmou que a divulgação de uma proposta oficial pela rival carioca no setor de educação só ocorreu depois de uma conversa com o Conselho de Administração da Estácio.
A formalização da oferta foi acelerada pelo fato de a Kroton ter anunciado também uma proposta pela Estácio na semana passada, disse Diniz.
Ele afirmou que, originalmente, a intenção era avançar no negócio apenas em agosto.
O setor espera para agosto novas determinações do governo sobre o ensino a distância, relacionadas à avaliação da qualidade dos polos de EAD, disse Diniz.
A ideia inicial da Ser era aguardar essa divulgação antes de fechar um negócio com a Estácio.
O executivo foi questionado ainda sobre se a Ser Educacional estaria disposta a entrar numa "guerra de preço" com a Kroton pela aquisição da Estácio.
Diniz afirmou que espera um posicionamento do Conselho da Estácio antes de "considerar qualquer outra coisa".
Diniz afirmou que considera a proposta da Ser mais interessante no médio e longo prazos.
"Não olhamos apenas o valor inicial e sinergias de curto prazo, mas consideramos o crescimento de ambas as companhias", disse.
Pequenos remédios
A Ser Educacional considera que uma eventual fusão com a Estácio resultaria em pequenos remédios a serem aplicados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Em teleconferência, Jânyo Diniz, considerou ainda que a companhia resultante dessa fusão teria potencial de continuar crescendo por meio de aquisições.
A empresa informou que fez um levantamento e identificou poucas cidades em que sua operação se sobrepõe à da Estácio.
Haveria possibilidade de algumas restrições pelo órgão antitruste em uma parte dessas cidades, mas isso não foi considerado um grande problema pelos executivos da Ser Educacional.
A presença da Ser Educacional é mais relevante nas regiões Norte e Nordeste, enquanto a Estácio tem sua principal base no Rio de Janeiro, embora tenha feito aquisições na região Norte nos últimos anos.
Segundo a Ser divulgou em apresentação a analistas, a combinação das duas empresas resultaria na maior companhia de ensino superior presencial do Brasil, com mais de 570 mil alunos nessa modalidade de ensino.
A Kroton, que lidera o mercado de ensino superior brasileiro, tem maior força no ensino a distância.
O diretor de Relações com Investidores da Ser Educacional, Rodrigo de Macedo Alves, considerou que a união de Ser e Estácio ainda abriria espaço para que a nova companhia crescesse no ensino a distância.
Antes das ofertas de Kroton e Ser pela Estácio, o mercado especulava sobre uma fusão justamente da Kroton com a Ser Educacional.
Questionado sobre isso, Alves afirmou que a companhia acredita que "o mercado precisa ter uma segunda opção em termos de companhia de grande porte" e que negócios com a Kroton seriam mais difíceis porque o porte da companhia traria mais dificuldades junto a órgãos reguladores.
Os executivos da Ser Educacional foram questionados por analistas sobre um prazo para que o negócio se desenrolasse.
A companhia afirmou que foi dado um prazo para uma resposta do Conselho da Estácio se posicionar, mas esse detalhe não foi divulgado.