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Sem Disney, Netflix precisa produzir mais filmes próprios

A Disney é o maior fornecedor até o momento a retirar programação da Netflix, antiga amiga de Hollywood que se transformou em rival

Netflix; atualmente, a Netflix produz mais de 1.000 horas de programação original por ano (Divulgação/Bloomberg)

Netflix; atualmente, a Netflix produz mais de 1.000 horas de programação original por ano (Divulgação/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2017 às 16h12.

Última atualização em 10 de agosto de 2017 às 16h14.

Los Angeles - A separação entre a Walt Disney e a Netflix aumenta a pressão sobre o serviço de streaming para produzir mais programas próprios e fortalecer seu catálogo de filmes, já que outras empresas de mídia retêm seus programas de TV e filmes mais valiosos.

A Disney é o maior fornecedor até o momento a retirar programação da Netflix, antiga amiga de Hollywood que nos últimos anos se transformou em rival.

A Scripps Networks Interactive optou por não renovar os acordos que cediam seus programas à Netflix, e executivos da 21st Century Fox e da Time Warner disseram que reduzirão as vendas para o serviço de streaming.

"Os acordos monolíticos, exclusivos e globais com a Netflix são problemáticos", disse Lachlan Murdoch, um dos presidentes da Fox, em uma conferência com analistas na quarta-feira. "Acreditamos que existe um mercado mais amplo para o licenciamento."

Apesar de todo o sucesso da Netflix com seriados originais, como "House of Cards" e "Stranger Things", a grande maioria dos US$ 6 bilhões que a empresa gastará em programação neste ano será destinada à compra de programas de TV e filmes feitos por e pertencentes a outras empresas — em muitos casos, gigantes da mídia concorrentes. Mas uma parcela cada vez maior foi destinada a séries exclusivas, e mais recentemente, a filmes.

"Perder a produção cinematográfica da Disney não provoca necessariamente um impacto visível no crescimento do número de assinantes, desde que a totalidade do serviço seja uma proposta de valor bom para os consumidores", escreveu Todd Juenger, analista da Bernstein Research, em uma nota na quarta-feira.

Os investidores ficaram alarmados inicialmente, e a ação da empresa chegou a cair 4,7 por cento. Elas se recuperaram bastante e fecharam com uma baixa de 1,5 por cento na quarta-feira em Nova York, a US$ 175,78. A Netflix subiu 42 por cento neste ano, em comparação com a alta de 11 por cento do índice S&P 500.

A Disney anunciou nesta semana que não renovará um acordo de filmes com a empresa com sede em Los Gatos, Califórnia, como parte de um plano para iniciar um serviço on-line próprio. O efeito mais imediato ocorrerá na oferta de filmes da Netflix nos EUA. A partir de 2019, a empresa perderá os filmes da Disney, como os sucessos "A Bela e a Fera" e "Procurando Dory". A Netflix também pode perder os filmes da Marvel e da franquia Star Wars.

Atualmente, a Netflix produz mais de 1.000 horas de programação original por ano e conquista a maioria de seus clientes novos fora dos EUA, onde nem sequer oferece filmes da Disney.

No entanto, os filmes ainda representam cerca de 30 por cento dos conteúdos vistos na Netflix e ajudam a evitar que clientes existentes abandonem o serviço.

A Disney forneceu à Netflix alguns dos filmes mais populares do mundo em um momento em que seu catálogo geral de filmes estava diminuindo.

Filmes da Disney, como "Rogue One: Uma História Star Wars", costumam aparecer em destaque quando os usuários abrem o aplicativo, ao lado dos originais da Netflix.

Gráfico da Bloomberg para gastos da Netflix

- (Gráfico/Bloomberg)

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