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Sem Carrefour, Couche-Tard mira outros possíveis alvos

A operadora canadense de lojas de conveniência fez uma oferta de US$ 20 bilhões pelo Carrefour, que foi rejeitada na sexta-feira pelo ministro das Finanças da França

Sem o Carrefour: grupo francês persegue a meta de dobrar o lucro até 2023 (Germano Lüders/Exame)

Sem o Carrefour: grupo francês persegue a meta de dobrar o lucro até 2023 (Germano Lüders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2021 às 09h07.

Executivos da Alimentation Couche-Tard defenderam a oferta fracassada pelo Carrefour e disseram que ainda gostariam de comprar a rede de supermercados francesa algum dia, mas agora planejam buscar outros potenciais acordos.

A operadora canadense de lojas de conveniência fez uma oferta de US$ 20 bilhões pelo Carrefour, que foi rejeitada na sexta-feira pelo ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire. A proposta pegou investidores desprevenidos, porque a Couche-Tard não opera supermercados.

Em resposta às críticas ao acordo, o presidente do conselho da Couche-Tard, Alain Bouchard, disse que grandes acordos anteriores - incluindo a aquisição da Circle K, em 2003 - também surpreenderam o mercado, mas deram certo.

“Nas últimas décadas, enquanto nossos negócios cresciam, fizemos muitos movimentos ousados, alguns dos quais nem sempre eram óbvios para nossos acionistas”, disse Bouchard em teleconferência com investidores na segunda-feira.

“Se eu esperava que o resultado de nossa abordagem ousada para o Carrefour tivesse sido diferente? Claro. Ainda assim, estou extremamente orgulhoso de que a Couche-Tard teve a força financeira e perspicácia para fazer tal oferta.”

As empresas anunciaram o fim das negociações no sábado, quatro dias depois de a Bloomberg informar pela primeira vez sobre o possível acordo, e disseram que trabalharão em uma aliança mais flexível em áreas como compra de combustíveis e distribuição de produtos.

Os executivos da Couche-Tard deram poucos detalhes sobre a aliança na segunda-feira e disseram que as negociações são exploratórias. O CEO da empresa canadense, Brian Hannasch, disse que há um conjunto “robusto” de outras aquisições a serem examinadas, enquanto persegue a meta de cinco anos de dobrar o lucro até 2023.

Hannasch disse que a porta está aberta para uma futura fusão do Carrefour se o clima político na França mudar.

“Tenho idade suficiente para acreditar que não existe algo permanente”, disse. “Adoraríamos fechar a transação, portanto, se recebêssemos sinais de que o ambiente poderia mudar ou de mudança por parte do governo francês ou das principais partes interessadas, adoraríamos a oportunidade de nos engajarmos novamente, nas condições certas e assumindo que não encontramos outra maneira de criar mais valor para nossos acionistas.”

A empresa com sede em Laval, Quebec, tem acelerado os planos de crescimento, mesmo sem uma grande aquisição nos últimos anos. Analistas esperam que o lucro ajustado por ação aumente 16% no ano fiscal que termina em abril, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

A rede tem aperfeiçoado seu café e adicionado ofertas de alimentos in natura, cujas margens são maiores. A empresa tem se aprofundado em análises para melhorar preços e promoções e planeja lançar estações de carregamento de veículos elétricos na América do Norte depois de aprender com sua experiência na Noruega.

A Couche-Tard fortaleceu sua posição na Ásia ao comprar cerca de 370 lojas em Hong Kong e Macau que anteriormente eram licenciadas da marca Circle K. Mas não houve grandes aquisições desde que a rede fechou a compra da CST Brands, do Texas, por US$ 4 bilhões em 2016.

Em abril, a empresa desistiu de uma proposta de US$ 5,6 bilhões pela rede de postos de gasolina Caltex Australia (agora conhecida como Ampol), citando a incerteza em torno da pandemia.

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