Líbini Araújo, da Beijo Tchau Presentes: "Para mim, nenhum cliente é igual e manter a confiança no meu trabalho e segurança nas decisões que tomo é prioridade" (Beijo Tchau Presentes/Divulgação)
Estímulo
Publicado em 11 de maio de 2024 às 09h01.
Canecas, moleskine e canetas personalizadas estão na lista dos brindes mais corriqueiros - até por isso, ninguém aguenta mais. O trabalho de Líbini Araújo, de 42 anos, é evitar essa sensação de desconforto de quem recebe e pensar em brindes que brilhem os olhos dos presenteados.
Ela é a fundadora da empresa Beijo Tchau Presentes, que aposta em brindes, press kits e comunicação visual personalizada. O negócio nasceu em 2018 de forma despretensiosa quando uma amiga pediu para que ela confeccionasse kits de presente para uma empresa do mercado de pagamentos.
Bem-sucedido, o projeto reacendeu em Araújo a ideia de voltar ao setor de brindes personalizados, no qual já tinha investido em 2009. As encomendas começaram a aparecer e ela bateu o martelo: abriu uma nova empresa para regularizar a situação e ter a possibilidade de atender grandes clientes.
Além de criar os brindes, a missão de Líbini é entender o que os clientes precisam, sugerir mudanças e adicionar novos detalhes aos projetos.
“É exatamente por isso que muitas vezes ganho uma concorrência. Para mim, nenhum cliente é igual e manter a confiança no meu trabalho e segurança nas decisões que tomo é prioridade para ter resultados de sucesso”, afirma Araújo. No ano passado, a Beijo Tchau Presentes faturou R$ 1,2 milhão.
Com o crescimento da iniciativa, Líbini direcionou a produção também para a área de brindes e press kits. Diante dos novos clientes e desafios propostos - cada vez mais complexos e com menor prazo - pela falta de equipamentos, ela terceirizava muitos processos.
Decidiu tomar o caminho oposto e verticalizar a operação: comprou pequenas impressoras, uma máquina de corte, ferramentas para agilizar algumas personalizações e até conseguiu financiar uma impressora de sublimação.
“Eu não tinha funcionários, fazia tudo sozinha com minha primeira filha ainda bebê engatinhando por todo o ateliê. Minha mãe e meu padrasto me ajudavam sempre que podiam, até que veio a pandemia. Fiz dívidas no banco e me comprometi demais para não ter que voltar atrás no que estava conquistando”, diz.
O espaço em que trabalhava logo ficou apertado e Líbini precisou alugar uma sala comercial. Em busca de referências, ela também investiu em plataformas digitais, acompanhou influencers do setor e assistiu muitos vídeos técnicos para aprimorar o conhecimento.
Com o crescimento, contratou 2 funcionários e resolveu arriscar usando uma plataforma de crédito digital, colocando seu carro como garantia. O dinheiro foi usado para adquirir a sua primeira máquina mais potente de gravação e corte a laser.
Hoje o negócio é focado em press kits e soluções completas para ações de marketing, lançamentos de produtos, presentes especiais e brindes diferenciados. A empreendedora conta que há muitas situações em que o cliente quer oferecer uma experiência e vincular isso ao produto dele, com itens personalizados e até com uma dinâmica aparentemente impossível.
“Exemplo disso é o case de uma marca de ração para animais, com uma caixa cofre específica. Foram vários testes e mudanças na lógica para funcionar exatamente como o cliente queria e conseguimos executar. Foi incrível”, afirma.
De 2019 para cá, a empresa apresenta um ritmo de crescimento contínuo. Em 2020, o primeiro ano cheio, o faturamento foi de R$134.000, valor que saltou para R$605.000 em 12 meses. Após avançar para 1,2 milhão em 2023, a expectativa para este ano é chegar a R$ 1,5 milhão - nos primeiros dois meses, a empresa já faturou mais de R$500.000.
Depois da dívida que fez usando seu carro para comprar uma nova máquina, Líbini precisou de ajuda para recuperar o fôlego financeiro da empresa.
Nesse processo, o fundo de impacto Estímulo desempenhou papel fundamental, fornecendo crédito facilitado e orientação de negócio: na primeira vez em 2020 com o valor de R$22.500 e mais R$100 mil em 2024.
“Usei o crédito para investir na empresa, nas frentes de crescimento e manutenção. Na primeira vez, eu paguei o débito do equipamento com o qual vinculei o meu carro. Nesta última, comprei um novo equipamento de impressão de alta qualidade, antes terceirizado”, afirma.
A empreendedora conta que a empresa continua seguindo tendências e até prestando serviços para outros empreendedores menores que não têm condições de investir em equipamentos profissionais. Eles comercializam impressões e demais serviços que podem ajudar quem está começando no segmento. Hoje, a Beijo Tchau Presentes atende várias agências, empresas e até pessoas físicas que precisam de presentes ou serviços.
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