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Sem Alencar, Coteminas se projetou no mundo com o filho Josué

Ex-vice-presidente estava afastado do dia-a-dia da maior indústria têxtil do país há 17 anos

EXAME.com (EXAME.com)

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Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 29 de março de 2011 às 21h20.

São Paulo – Desde 1994, quando José Alencar decidiu deixar a vida empresarial de lado para se dedicar integralmente à política, a Coteminas é presidida pelo filho caçula do ex-vice-presidente da República, Josué Gomes da Silva. A empresa é a maior do setor têxtil no Brasil e figura também entre uma das gigantes no mundo no segmento têxtil, graças à gestão de Josué.

Tirando o impacto emocional causado pelo morte de Alencar, nesta terça-feira (29/3), os negócios da Coteminas devem continuar seguindo seu curso normal, sem nenhuma mudança. Há tempos Alencar já não opinava na gestão da companhia, que vem sendo administrada por Josué. Tanto que um dos principais feitos do executivo, nesses 17 anos à frente da empresa, foi tornar a Coteminas conhecida também no mercado internacional.

O filho de Alencar deu o pontapé inicial no processo de internacionalização da companhia no início dos anos 2000. Mas, sem dúvida, uma das estratégias mais ousadas do executivo foi a fusão com a americana Springs, em 2005. Com a união, as duas companhias criaram a Springs Global, líder no setor têxtil no mercado americano. A Coteminas detém 50% de participação da Springs Global.

Desde que assumiu o comando, Josué conseguiu mais que dobrar a receita da companhia. De acordo com o último balanço divulgado pela empresa, nos nove primeiros meses de 2010, a receita da empresa havia somado quase 2,4 bilhões de reais. Em 1994, o faturamento da companhia não chegava a 1 bilhão de reais.

Outra aposta bem-sucedida foi a compra de 65% da varejista MMartan, em 2009. Na época, a empresa pagou 55 milhões de reais para assumir o controle da rede especializada no segmento de cama, mesa e banho. A varejista possui mais de 120 lojas em operação no Brasil.

José Alencar teve uma origem humilde. Em 1946, começou a trabalhar como vendedor numa loja de tecidos de Muriaé, em Minas, onde chegou a dormir no chão da loja. Sua carreira de empresário começou em 1950, quando fundou sua primeira loja, a Queimadeira, com dinheiro emprestado pelo irmão Geraldo. Dezessete anos depois, Alencar fundou a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas) com um empréstimo da Sudene. A partir daí, a empresa cresceu até se tornar a maior do setor no Brasil.

Seu filho caçula, Josué, começou a ser treinado para os negócios aos oito anos, quando seu pai começou a lhe ensinar contabilidade. Para aprender, Alencar criava empresas de mentirinha, que o filho podia administrar, comprar matérias-primas e vender seus produtos. Hoje, à frente de um grupo internacional, Josué tem a chance de colocar à prova tudo o que aprendeu com o pai.

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