Selo eureciclo: estampados nas embalagens, eles ajudam o consumidor a identificar as marcas preocupadas com o meio ambiente (Eureciclo/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2022 às 07h30.
Última atualização em 27 de setembro de 2022 às 12h18.
O consumo consciente é um movimento que não para de ganhar força no mundo todo. Entre os brasileiros, 86% querem fazer escolhas de compra mais sustentáveis, reduzindo seu impacto individual sobre o meio ambiente, e 60% estão dispostos, inclusive, a pagar mais por produtos de marcas comprometidas. É o que mostra a pesquisa Vida Saudável e Sustentável, do Instituto Akatu em parceria com a GlobeScan.
Nessa mudança de comportamento, os selos verdes estampados nas embalagens têm papel essencial: é por meio deles que os consumidores conseguem identificar essas empresas e as suas iniciativas de sustentabilidade.
Um deles é o selo eureciclo, que comunica que a marca investe recursos na cadeia de reciclagem no país. Representada por um sorriso, a certificação informa que a empresa faz a compensação ambiental dos seus resíduos pós-consumo e ainda garante o rastreamento desse processo por meio de uma plataforma tecnológica.
O modelo utilizado nessa certificação é o da reciclagem de resíduos equivalentes. Se o selo está impresso em um produto, significa que seu fabricante contribui com centrais de triagem, mas não necessariamente para a reciclagem daquela exata embalagem, e sim de um volume correspondente do mesmo tipo material.
As empresas remuneram as cooperativas e operadores pelo serviço ambiental prestado e recebem os Certificados de Reciclagem como forma de comprovação legal.
Conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos, todas as empresas que geram, comercializam ou importam embalagens são responsáveis pela destinação ambientalmente correta de pelo menos 22% desses resíduos após o consumo. Porém, como o Brasil tem um território de grandes dimensões e o descarte é difuso, fica inviável que elas recuperem suas próprias embalagens para que sejam reaproveitadas em outro ciclo produtivo.
O mecanismo da compensação ambiental surge então como uma alternativa mais viável, técnica e economicamente, para cumprir esse processo de logística reversa.
A solução é boa para as empresas, que cumprem a legislação ambiental a um custo bem menor, já que não precisam implementar um processo próprio, e para quem recicla, pois estimula a estruturação do setor e a valorização da força de trabalho, fundamentais para ampliar as taxas de reciclagem do país.
Atualmente, são três categorias de selos que podem ser identificados nas embalagens:
22% Garante que a marca promove a reciclagem de 22% do seu volume de embalagens, índice mínimo exigido pela legislação;
100%Informa que o fabricante compensa tudo o que gera de embalagens, neutralizando o impacto da sua atuação nesse sentido. Ou seja, para cada embalagem comercializada, outra igual é reciclada;
200% Quer dizer que a empresa encaminha para a reciclagem o dobro da massa de suas embalagens, levando a impacto positivo. Assim, para cada embalagem vendida, outras duas iguais são recicladas.
Graças à parceria com mais de 275 centrais de triagem em todo o país, desde 2017 a certificadora evitou que mais de 614 mil toneladas de papel, vidro, metal ou plástico fossem parar em aterros e lixões. Só no ano passado, foram 200.496 toneladas, quase o dobro do resultado de 2020, quando foram compensadas 106 mil toneladas.
“Até o momento, a remuneração para cooperativas e operadores parceiros foi de mais de R$ 36 milhões”, conta Marcos Matos, diretor de marketing e vendas da eureciclo. Desse total, apenas em 2021 foram R$ 11,5 milhões, valor empregado em melhorias de infraestrutura, maquinário ou no pagamento de profissionais.
A expectativa é promissora para os próximos anos. Segundo a responsável pelo selo, que está hoje em 6 mil empresas, apesar de a lei estipular 22% como taxa mínima de reciclagem, a procura pela compensação ambiental de 100% dos resíduos cresceu 98%.
“Os resultados só foram possíveis porque contamos com clientes engajados em todo o país. Passamos de 3.800 parceiros, em 2020, para 5.600 em 2021, um salto de quase 50% em apenas um ano”, comemora o CEO e fundador da eureciclo, Thiago Carvalho Pinto.
“A logística reversa aliada à tecnologia é uma das ferramentas mais importantes para ajudar a evitar uma crise ambiental e levar a melhorias para o setor. Se todos os envolvidos estiverem comprometidos e engajados com o meio ambiente, como temos visto entre o nosso público, fecharemos 2022 com resultados ainda mais importantes”, finaliza o CEO.