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Saúde: Ele administra 110 mil leitos pelo país e fatura R$ 400 milhões

Com sede em Recife, a MV tem clientes como Rede Dor, Dasa e Mater Dei; meta é faturar 1 bilhão de reais em 2025

Paulo Magnus, presidente da MV: empresa focada em digitalizar a saúde já administra 110 mil leitos pelo país e fatura R$ 400 milhões (MV/Divulgação)

Paulo Magnus, presidente da MV: empresa focada em digitalizar a saúde já administra 110 mil leitos pelo país e fatura R$ 400 milhões (MV/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 6 de abril de 2022 às 10h42.

Última atualização em 8 de abril de 2022 às 10h50.

Falar em digitalização da saúde está na moda. O segmento de healthtechs recebeu 44 bilhões de dólares em investimentos pelo mundo no ano passado, segundo a empresa de dados Start­Up Health In­sights. Mas a veterana MV já atua no setor muito antes disso.

No mercado há 35 anos, a companhia com sede em Recife tem 2.500 clientes no país e chegou a 400 milhões de reais de receita em 2021. A meta é chegar à marca de 1 bilhão de reais em três anos.

Para isso, a MV investe em tecnologia para tornar o setor mais eficiente e preditivo. “Queremos que a tecnologia possa aumentar a expectativa de vida das pessoas”, diz Paulo Magnus CEO e fundador da MV.

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O principal produto da MV é um sistema de gestão de hospitais, que gerencia informações clínicas e financeiras e inclui um prontuário eletrônico do paciente. O sistema, chamado Soul, é usado por 1.300 hospitais pelo país e responsável por 95% da receita da MV.

A companhia também tem investido para atuar de maneira mais próxima na saúde do paciente. A Global Health, plataforma da MV que integra autocuidado e saúde preventiva, já tem mais de 1,5 milhão de usuários.

Com ela, o paciente pode baixar um aplicativo que guarda os seus dados médicos. “Fazemos um cruzamento de dados que permite melhorar a assistência da pessoa e evitar que ela fique doente por meio de um modelo preditivo. Com isso, reduzimos o custo da saúde”, diz.

É o tipo de informação estratégica que muitos players do setor querem gerir. Empresas como Fleury e Raia Drogasil também possuem serviços com foco nos dados do paciente. No caso da MV, esses dados transitam pelo seu ecossistema, por meio de outros serviços já oferecidos. “Acreditamos que podemos ser o elo de ligação do sistema de saúde”, afirma.

Outra ferramenta desenvolvida pela MV é o Comand Center, que monitora a operação de estabelecimentos de saúde com foco em garantir eficiência em processos do atendimento. É um  sistema que avisa, por exemplo, se um paciente internado não está bem ou se alguém está demorando para ser atendido no pronto-socorro.

Com presença em mais de mil hospitais, a MV passou a ser procurada por outras companhias interessadas em atuar no setor. A solução foi montar uma plataforma para embarcar essas outras empresas. “ Muitas empresas vinham até nós para entrar nesse mercado, então criamos uma espécie de marketplace”, diz.

Histórico

A MV surgiu a partir da observação das ineficiências do setor. Magnus atuou na parte de administrativa de hospitais na década de 1980 e viu que havia ali uma grande oportunidade de melhorar processos. A companhia começou a operar no Rio Grande do Sul, e depois mudou sua sede para Recife. Hoje são 1.800 funcionários.

A MV teve uma média de crescimento de 20% ao ano nos últimos anos. Dentre seus clientes estão gigantes como Rede Dor, Dasa e Mater Dei, e planos de saúde como Unimed, Q Saúde e Sami. São mais 110 mil leitos administrados pelos sistemas da MV.

Desde 2010, a companhia investe em fusões e aquisições. Foram 12 empresas adquiridas nos últimos 11 anos. Também tem investimentos em oito startups do setor. A empresa investe 50 milhões ao ano em pesquisa e desenvolvimento, o que inclui o investimento nas startups.

A MV tem atuação fora do país, com presença em Panamá, Peru, Equador e Argentina. Hoje 5% do faturamento vem da atuação no exterior, mas a avaliação é de que é possível chegar em 20%.

A avaliação de Magnus é de que a pandemia acelerou o processo de digitalização da saúde, o que tem potencial para reduzir os custos e ampliar o acesso. Ele avalia ainda que o movimento de consolidação do setor também pode impulsionar a melhoria da eficiência. O objetivo da MV é continuar fazendo parte dessa história. “Queremos ser responsáveis pela transformação digital da saúde no Brasil”, diz.

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