Agência do banco Santander no Rio de Janeiro (Sergio Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2014 às 13h54.
Campinas - O Santander está dando um fôlego novo para crescer suas operações no Brasil, a exemplo do novo data center da instituição no País, que está sendo inaugurado nesta segunda-feira, 23, em Campinas, segundo o presidente do banco, Jesús Zabalza.
O banco quer acelerar o crescimento das operações, conforme ele.
"Nossa aposta no Brasil hoje é ainda maior do que a que tínhamos há três anos", avaliou Zabalza, em coletiva de imprensa, após evento de inauguração do novo data center do banco.
Questionado sobre os investimentos que o Santander tem feito no Brasil em relação ao crescimento do País nos últimos anos, Zabalza ressaltou a necessidade de o banco ter tecnologia pronta para crescer na região. "Temos confiança total no curto, médio e longo prazos para crescer no Brasil", destacou ele.
Sobre os segmentos de maior interesse do banco no País, o executivo citou adquirência, por meio da aquisição da GetNet, agronegócio e crédito consignado (com desconto em folha). Ele reafirmou ainda que o Santander está se preparando para ser o banco das pequenas e médias empresas até o final do ano.
Em relação a possíveis aquisições, o presidente do Santander afirmou que o banco avaliar quaisquer oportunidades que viabilizem a expansão mais rápida da instituição no Brasil nos segmentos de seu interesse. Não deu detalhes, porém, de uma possível negociação em curso. "Comentamos apenas aquisições fechadas", disse ele.
Zabalza acrescentou ainda que o Santander tem foco em crescer no segmento de alta renda no Brasil. Do ano passado para cá, a instituição abriu 60 agências "Select", voltadas para este público. Ele não deu projeções de número de abertura de novas unidades.
Oferta
Zabalza afirmou ainda que a oferta da matriz espanhola para recomprar 25% da filial brasileira negociada em bolsa está com a agenda mantida e deve ser concluída até outubro ou final do ano. "Não temos novidade da oferta de recompra de ações junto aos minoritários", resumiu ele.
O executivo lembrou apenas do investimento que o Santander fará ao término da oferta de recompra dos papéis. O banco estima que se todos os minoritários aceitarem a troca (ela não é obrigatória), a operação vai envolver R$ 14 bilhões. Mas não haverá desembolso de dinheiro, pois os minoritários que aceitarem a oferta vão receber em troca ações do Santander Espanha.
Recentemente, acionistas minoritários da filial brasileira do banco criticaram a operação sob a justificativa de que os papéis têm possibilidade de recuperação uma vez que vêm se desvalorizando na bolsa. Ou seja, podem ter alta superior à oferecida pela matriz espanhola.
Na oferta de ações, o Santander ofereceu prêmio de 20% superior à cotação do fechamento do dia anterior ao anúncio, que deve ser mantida até outubro.
Há dez dias, o banco divulgou e encaminhou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o laudo de avaliação da oferta, feito pela consultoria financeira Rothschild que identificou valor econômico de R$ 10,63 a R$ 11,69 para a unit do banco, abaixo do preço proposto pela matriz espanhola, de R$ 15,31 por papel, em 29 de abril.