Santander: nos últimos 12 meses, a ação do Santander na Espanha chegou a cair 51% (Thinkstock/Oliver Hoffmann)
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2016 às 12h27.
Londres – A presidente do grupo Santander, Ana Botín, reconheceu que a situação econômica do Brasil tem prejudicado o desempenho das ações do banco espanhol desde abril do ano passado. Apesar desse impacto negativo, a executiva reafirmou a aposta no País ao afirmar que há uma "clara oportunidade" e a instituição financeira estará "muito bem posicionada" quando a economia voltar a crescer.
"Até abril de 2015, os mercados premiaram o Santander com o valor de mercado mais alto da nossa história, de mais de 100 bilhões de euros. Desde então, as dúvidas sobre o Brasil têm impactado negativamente no preço da nossa ação", disse a executiva em discurso na reunião geral de acionistas realizada nesta sexta-feira na capital espanhola.
Nos últimos 12 meses, a ação do Santander na Espanha chegou a cair 51% ao oscilar do patamar próximo de 6,80 euros em meados de abril até a mínima de 3,31 euros em fevereiro. Atualmente, a ação vale cerca de 4,30 euros na Bolsa de Madri. O papel de grandes concorrentes no país, como BBVA e Bankia, também caíram, mas com menor intensidade.
Apesar do estrago nas ações, Ana Botín reafirmou a aposta no mercado brasileiro. "O Brasil oferece uma clara oportunidade de longo prazo: a do crescimento e desenvolvimento em uma das principais economias emergentes do mundo. Graças ao excelente trabalho da nossa equipe, estaremos muito bem posicionados quando o Brasil recuperar a tendência ascendente", disse.
Melhora nos resultados. Ana Botín lembrou ainda que, apesar da crise econômica, a direção do banco tem melhorado os resultados financeiros da subsidiária brasileira. "O lucro do Santander Brasil aumentou 33% em moeda local e 13% em euros e temos a taxa de inadimplência mais baixa dos principais bancos privados do País, com 3,2%", disse.
A executiva ressaltou que a presença em mercados emergentes é especialmente importante em um momento de juros baixos na Europa e Estados Unidos. "Em um período de juros baixos em mercados chave, temos a vantagem de operar em economias na América Latina com maiores taxas de crescimento potencial", disse.
"Até abril de 2015, os mercados premiaram o Santander com o valor de mercado mais alto da nossa história. Desde então, as dúvidas sobre o Brasil têm impactado negativamente no preço da nossa ação"
Ana Botín
PRESIDENTE DO SANTANDER