Marcial Portela, presidente do Santander no Brasil: banco só venderá ações para se enquadrar nas regras do "free float" (Exame)
Da Redação
Publicado em 30 de maio de 2012 às 12h22.
São Paulo - Marcial Portela, presidente do Santander no Brasil, afirmou que o banco pretende sim vender uma participação nos negócios - mas apenas para manter mais de 25% de suas ações negociadas em bolsa, exigência da BM&FBovespa para que a companhia permaneça listada no Nível 2 de governança corporativa. A declaração foi dada em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Segundo o jornal, como o Santander é dono de 75,61% dos papéis, seria necessário que ele se desfizesse de 0,61% dos ativos até outubro, prazo estabelecido para a readequação à regra. Para que não seja desenquadrado caso decida recomprar ações no futuro, o banco deverá vender uma fatia pouco superior a essa: de 1% a 2%.
De acordo com as declarações de Portela à publicação, o mais provável é que a compra seja privada e que a instituição não recorra a uma oferta pública das ações. Na reportagem, o executivo negou expressamente que o Santander estivesse buscando um parceiro para os negócios. As especulações ganharam força na última semana, com o Bradesco e o Banco do Brasil sendo apontados como os maiores interessados na instituição. "Não existe qualquer negociação para venda do banco e a matriz não quer vender", disse.
O presidente do banco no Brasil afirmou que o Santander não precisaria de capital adicional por dois motivos. Em primeiro lugar, a instituição já teria atingido o novo patamar de índice de capital exigido pela Autoridade Bancária Europeia, fixado em 9%. Com a abertura do capital do banco no México, inclusive, haveria a possibilidade desse patamar chegar a 10%.
Apesar do Banco da Espanha ter exigido provisões adicionais da ordem de 5 bilhões de euros para a carteira de crédito imobiliário do banco, a reserva já teria sido feita - ao menos em parte. O Santander sustenta que o resto do bolo deverá ser coberto com os resultados obtidos em 2012.