Bruxelas - A Comissão Europeia anunciou nesta quarta-feira uma multa de 138 milhões de euros a três fabricantes de chips para cartões usados em telefones celulares, bancos e passaportes, em consequência de um cartel de preços entre 2003 e 2005.
A maior multa foi recebida pela alemã Infineon (82,8 milhões), enquanto a sul-coreana Samsung terá que pagar 35,1 milhões de euros e a holandesa Philips 20,1 milhões.
As três empresas foram consideradas culpadas de contatos bilaterais entre setembro de 2003 e 2005 para combinar as respostas aos clientes que exigiam uma redução de preços.
As práticas são contrárias às regras da UE que proíbem acordos sobre preços.
Um quarto participante no cartel, Renesas, que na época era uma empresa conjunta das japonesas Hitachi e Mitsubishi, se beneficiou por ter revelado à Comissão a existência do acordo, o que permitiu evitar uma multa de 51 milhões de euros.
A Samsung recebeu uma redução de 30% no valor da multa por ter cooperado na investigação.
"Na era digital, quase todo o mundo utiliza chips para cartões, no telefone celular, no cartão do banco ou no passaporte", afirmou o comissário europeu da Concorrência, Joaquín Almunia.
"Se as empresas decidem combinar preços em detrimento dos clientes e dos consumidores finais, ficam expostas a sanções", completou.
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1. Trilhos da falcatrua
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1/5 (Marcos Santos/USP Imagens)
São Paulo - O
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) investiga 19 empresas desde o começo de julho. Sobre elas, pesa uma acusação comum: o envolvimento com um esquema de
cartel em licitações ligadas às linhas de trem e
metrô em São Paulo e Brasília. O acordo entre as empresas teria vigorado entre 1998 e 2008. Entre elas, haveria gigantes do ramo – como a Siemens e a Bombardier. Segundo as regras do cartel, a firma que ganhava os contratos abria mão de partes das obras em favor das concorrentes. Ontem, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) anunciou que uma
equipe de 10 promotores vai investigar se houve envolvimento de funcionários públicos no esquema. Tanto as investigações do MP-SP quanto do Cade correm em sigilo. Em nota, o último órgão revelou
alguns dos contratos que estariam sob investigação. Com base em dados dos contratos obtidos pelo
jornal Estado de São Paulo, chega a quase R$ 2 bilhões a soma em valores atualizados do dinheiro envolvido em apenas cinco das licitações possivelmente fraudadas. Clique nas fotos a seguir e veja quais são elas.
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2. Construção da Linha 5 (fase 1) do metrô de São Paulo
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2/5 (Wikimedia Commons)
Contrato: agosto de 2000 Valor total: R$ 404 milhões Valor total atualizado: R$ 735 milhões
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3. Concorrências para a manutenção de trens da CPTM
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3/5 (Wikimedia Commons)
Contratos: entre 2001 e 2002 Valor total: R$ 275,6 milhões Valor total atualizado: R$ 483,9 milhões
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4. Extensão da Linha 2 do metrô de São Paulo
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4/5 (Creative Commons)
Contrato: maio de 2005 Valor total: R$ 143,6 milhões Valor total atualizado: R$ 202,7 milhões
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5. Veja agora seis filmes que abordam a ação de corruptos no país
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5/5 (Divulgação)