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Samsung e Apple estão pessimistas em relação a 2016

A Samsung fez um alerta em relação à desaceleração da demanda e à turbulência econômica, concordando com a Apple na previsão de um 2016 pessimista


	Samsung: lucro trimestral da Samsung ficou quase 40 por cento abaixo do esperado
 (Lucas Agrela/EXAME.com)

Samsung: lucro trimestral da Samsung ficou quase 40 por cento abaixo do esperado (Lucas Agrela/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2016 às 21h29.

A Samsung Electronics fez um alerta em relação à desaceleração da demanda e à turbulência econômica depois de informar lucros trimestrais menores que o estimado pelos analistas, concordando assim com a Apple na previsão de um 2016 pessimista para o setor de tecnologia.

O conglomerado coreano, cujo lucro trimestral ficou quase 40 por cento abaixo do esperado, disse que a deterioração da economia mundial está prejudicando a demanda por computadores e smartphones e reduzindo os preços de componentes.

A Samsung investirá em novas tecnologias de telas e semicondutores, como as telas dobráveis, para tentar aumentar o lucro, disseram executivos em uma teleconferência.

A Samsung fez o alerta dias depois que a Apple – sua maior cliente, de acordo com dados compilados pela Bloomberg – projetou seu primeiro declínio nas vendas em uma década.

O CEO da Apple, Tim Cook, disse que a companhia observava “condições extremas” diferentes de tudo o que a maior empresa de tecnologia do mundo já enfrentou antes, sendo que o crescimento econômico da China está no ritmo mais lento dos últimos 25 anos.

“Todas as empresas de tecnologia do mundo vão enfrentar muita dificuldade no setor. Enquanto a demanda geral não aumentar, tudo dependerá de quão bem elas possam resistir, não de quão bem elas possam lutar”, disse Yoo Eui Hyung, analista da Dongbu Securities. “Para 2016, como não há projeções de crescimento da demanda, vai depender muito de quão bem se administre o fornecimento de chips e de telas”.

Queda das ações

As ações da Samsung, maior fabricante do mundo de smartphones, telas e chips de memória, encerraram com uma queda de 2,6 por cento em Seul.

A ação caiu mais de 9 por cento neste ano, em comparação com um declínio de 2,8 por cento do índice de referência Kospi.

O tom cauteloso adotado pela Apple e pela Samsung causou agitação no setor, cuja sorte está ligada a esses dois players, que são líderes do mercado.

As fornecedoras de componentes de tecnologia móvel TDK, Murata Manufacturing e LG Display caíram na terça-feira depois que as ações da Apple despencaram 6,6 por cento.

A Alps Electric é a empresa mais correlacionada com a Apple, conforme mostram dados compilados pela Bloomberg, e encabeçou as perdas com um declínio de 17,4 por cento.

Desaceleração do setor

A Samsung informou que a receita líquida, excluindo-se juros minoritários, caiu 39 por cento, para 3,24 trilhões de won (US$ 2,7 bilhões) no trimestre de dezembro. A média das estimativas compiladas pela Bloomberg era de 5,4 trilhões de won.

Esse resultado inclui uma perda não-operacional de 2,5 trilhões de won devido a reduções do valor recuperável, ao impacto da valorização o won coreano e ao crescimento fraco das unidades de smartphones e de chips, que são fundamentais.

Na terça-feira, a companhia disse que recomprará 2,99 trilhões de won em ações na segunda fase de seu programa de recompra.

As remessas mundiais de smartphone subiram apenas 6 por cento no último trimestre de 2015 – o ritmo de crescimento mais lento já registrado, de acordo com a empresa de pesquisa Strategy Analytics.

Baixa gama

A Samsung disse que forneceu 97 milhões de aparelhos telefônicos – incluindo telefones de baixa gama – e 9 milhões de tablets no quarto trimestre.

A Strategy Analytics estima que as remessas de smartphones da Samsung tenham aumentado apenas 0,8 por cento em 2015 devido à concorrência mais acirrada da Apple no segmento de alta gama e das chinesas Xiaomi e Huawei Technologies na categoria mais barata.

“O mercado de smartphone como um todo continuará difícil durante este ano, mas ainda projetamos crescimento no setor de baixa gama, embora a concorrência esteja mais acirrada”, disse Lee Kyeong Tae, vice-presidente da unidade de comunicações móveis, na teleconferência. “Vamos continuar adicionando mais modelos das séries A e J neste ano para fortalecer nossa competitividade no âmbito dos aparelhos de baixa gama”.

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