Samsung e seu Galaxy Note 7: agora, está em xeque a capacidade da marca para enfrentar a crise (REUTERS/Kim Hong-Ji/Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2016 às 10h14.
O gigante sul-coreano Samsung Electronics rebaixou nesta quarta-feira em 33,3% suas previsões de lucros para o terceiro trimestre, com o objetivo de refletir as consequências do fracasso do Galaxy Note 7, cuja produção foi suspensa.
Na terça-feira, o maior fabricante de smartphones em nível mundial oficializou um de seus maiores fracassos comerciais ao anunciar que interromperá a produção de seu "phablet", uma mistura entre telefone celular e tablet, que deveria ser seu produto estrela.
Dois meses após o lançamento do aparelho, a marca sul-coreana também aconselhou seus clientes a desligarem o dispositivo devido ao alto risco de explosão, uma eventualidade que provocou comoção nas redes sociais depois que muitos usuários divulgaram imagens de telefones carbonizados.
No terceiro trimestre, a empresa prevê agora um resultado operacional de 5,2 trilhões de wons (4,17 bilhões de euros), contra 7,8 trilhões de wons anunciado na sexta-feira.
O grupo diminuiu igualmente suas previsões de volume de negócios em 4%, a 47 trilhões de wons.
A Samsung esperou que a bolsa de Seul estivesse fechada para divulgar as novas previsões. No fechamento do mercado, as ações da marca baixaram 0,65%.
Na terça-feira, a empresa sofreu a maior queda de suas ações em apenas um dia, com uma redução de 8% de seus títulos. O grupo perdeu 15,4 bilhões de wons de sua capitalização na bolsa.
A empresa emitiu um comunicado para pedir aos seus sócios que parem de vender o telefone de última geração e aos usuários que o desliguem.
Problemas no processador?
Em agosto, a Samsung adiantou o lançamento do aparelho para poder competir no mercado de alta gama com sua grande rival, a marca americana Apple.
Mas a ação teve um alto custo, já que o fabricante foi forçado a ordenar no dia 2 de setembro um recall em escala mundial de 2,5 milhões de unidades do Note 7, depois que alguns aparelhos pegaram fogo durante o carregamento de suas baterias.
O grupo indicou que a origem da falha era a bateria de lítio, mas alguns responsáveis da marca sugeriram que o problema poderia ser procedente do processador, que foi adaptado para que a bateria se carregasse mais rápido, indicou o jornal Financial Times, citando fontes anônimas.
No entanto, agora está em xeque a capacidade da marca para enfrentar a crise, já que, enquanto a convocação para recall parecia um incidente normal, o surgimento de problemas nos telefones substituídos representou outro golpe duro para a marca.
As imagens de telefones carbonizados que inundaram as redes sociais de todo o mundo nas últimas semanas foram uma grande humilhação para um grupo que se vangloria de ser o campeão da inovação e da qualidade.