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Samarco estuda alternativas para operar por mais 10 anos

Presidente da empresa não comentou sobre uma falta de consenso entre Vale e BHP para os planos futuros da retomada da Samarco

Samarco: empresa estuda utilizar as cavas Alegria Norte, da Samarco, e Timbopeba, que pertence à Vale (Reuters/Ricardo Moraes)

Samarco: empresa estuda utilizar as cavas Alegria Norte, da Samarco, e Timbopeba, que pertence à Vale (Reuters/Ricardo Moraes)

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Reuters

Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 14h44.

Rio de Janeiro / Brasília - A mineradora Samarco está estudando novas alternativas para depositar rejeitos de mineração, após o rompimento de uma de suas barragens há pouco mais de um ano, e já mapeou estruturas que poderão garantir suas operações por pelo menos uma década, afirmou o presidente da empresa, Roberto Carvalho, nesta terça-feira.

Joint venture da Vale com a anglo-australiana BHP Billiton, a Samarco interrompeu suas atividades após o desmoronamento de sua estrutura, que causou o pior desastre ambiental do Brasil e provocou a morte de 19 pessoas, em novembro de 2015.

A empresa, que discorda da avaliação do Ministério Público, de que os envolvidos teriam assumido risco de provocarem as mortes, olha para o futuro enquanto se defende na Justiça e avalia até mesmo a possibilidade de utilizar uma estrutura de uma das sócias na região, a Vale, para voltar a operar, disse o executivo em entrevista à Reuters por telefone.

"Nós estamos trabalhando em soluções de médio e longo prazo, discutindo alternativas com órgãos... para a utilização de outras cavas (para depositar os rejeitos)... tem da Samarco e tem da Vale também, é claro que a utilização de cavas da Vale passa por negociações com a Vale e com a BHP", comentou ele.

Carvalho preferiu não comentar sobre uma falta de consenso entre Vale e BHP para os planos futuros da retomada da Samarco, mas confirmou que um acordo entre ambas as sócias sobre o assunto deve ser concluído em meados deste mês.

O executivo revelou que a empresa estuda utilizar as cavas Alegria Norte, da Samarco, e Timbopeba, que pertence à Vale.

Ambas as cavas, caso aprovadas pela empresa, irão demandar novos licenciamentos ambientais, que segundo Carvalho serão menos complexos do que atuais processos em que a empresa está envolvida.

Estudos preliminares apontam que Timbopeba teria capacidade para receber cerca de 36 milhões de toneladas ao todo, enquanto Alegria Norte ainda passa por levantamentos mais aprofundados.

Pelo desastre em Minas Gerais no ano passado, 21 pessoas respondem na Justiça por homicídio com dolo eventual, enquanto as empresas terão despesas bilionárias nos próximos anos para reparar os danos.

Curto prazo

Até como forma de fazer frente às indenizações e compromissos financeiros, a Samarco também trabalha em um plano de curto prazo, para voltar a operar no ano que vem, em um momento em que o mercado de pelotas de minério de ferro está favorável.

A empresa prevê obter licença prévia até o primeiro trimestre para retomar as atividades em meados de 2017, com capacidade máxima de 18 milhões a 19 milhões de toneladas por ano, sem necessidade de "ramp up".

"A gente espera que, quando a gente retornar, em meados do ano que vem, o mercado ainda continue com essa demanda e com essa situação para que a gente possa realmente colocar rapidamente todo esse volume no mercado", afirmou Carvalho, ressaltando que os preços do minério se valorizaram recentemente.

As licenças para o curto prazo, segundo Carvalho, devem viabilizar as atividades por um período de dois a três anos, com a deposição de rejeitos em uma cava exaurida da empresa conhecida como Alegria Sul.

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