Rafael Palladino, ex-presidente do PanAmericano: má gestão (Germano Luders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 2 de fevereiro de 2011 às 07h51.
São Paulo - Os profissionais que assumiram a gestão do Panamericano a partir de novembro não têm dúvidas: o rombo de R$ 4 bilhões no banco foi provocado por má gestão e incompetência. A maior parte do buraco adicional de R$ 1,5 bilhão, descoberto em janeiro, é explicada por erros técnicos, não por fraudes contábeis.
Cerca de R$ 400 milhões decorrem de contabilização equivocada das chamadas provisões para perdas de devedores duvidosos (conhecidas como PDD, no jargão do setor bancário). Outros R$ 370 milhões são fruto de erro na contabilização de uma operação chamada de hedge cambial.
Quando fazem transações no exterior (como emissões), os bancos são obrigados a proteger esse patrimônio em dólar aqui dentro. Vão ao mercado futuro e compram ou vendem moeda estrangeira. A gestão anterior calculou que essa operação gerava um lucro de R$ 170 milhões. Com a valorização recente do real, havia na verdade um prejuízo de R$ 200 milhões.
Todos esses dados devem ser finalmente conhecidos pelo mercado na próxima sexta-feira, quando o Panamericano deve divulgar, de uma só vez, os balanços relativos ao terceiro e ao quarto trimestres de 2010. O BTG Pactual, que assumiu o controle do banco, quer ver os dados na praça logo para acabar com as fortes oscilações dos papéis do banco na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
Ontem, as ações do Panamericano subiram mais de 20% e, em 2011, já acumulam valorização de 26,4%. Nos últimos 12 meses porém, ainda têm uma perda de quase 52%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.