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Rolls Royce, renomado símbolo do luxo britânico, se preocupa com Brexit

Diante da incerteza sobre o Brexit, a marca britânica é forçada a se preparar para todos os cenários possíveis, incluindo uma temida saída da UE sem acordo

 (Darren Staples/Reuters)

(Darren Staples/Reuters)

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AFP

Publicado em 10 de janeiro de 2019 às 15h46.

A renomada marca britânica de automóveis de luxo Rolls Royce está em um bom momento - registrou recorde de vendas em 2018 -, mas preocupada com as consequências do Brexit e se preparando para abalos futuros.

Diante da incerteza sobre o Brexit que impera a menos de três meses da data prevista, em 29 de março, como os outros atores da indústria, a Rolls Royce é forçada a se preparar para todos os cenários possíveis, incluindo uma temida saída da UE sem acordo, o que iria prejudicar fortemente o comércio com a Europa continental.

Em uma entrevista com a revista alemã Wirtschaftswoche publicada nesta quinta-feira, o CEO da empresa, Torsten Müller-Ötvös, anunciou que sua fábrica em Goodwood, no sul da Inglaterra, irá fechar por duas semanas no início de abril para evitar quaisquer problemas na cadeia de abastecimento.

Foi a mesma decisão tomada por outra marca britânica, a Mini, que, como a Rolls Royce, pertence à gigante alemã BMW.

"Decidimos adiantar nossa pausa anual na produção e fechar a fábrica por duas semanas a partir de 30 de março", disse o dirigente alemão, reconhecendo que o Brexit terá um impacto inevitável em sua atividade.

"Temos mais de 600 fornecedores no mundo. Se estiver faltando apenas uma pequena parte das 32.000 peças que chegam todos os dias, iria parar a produção em nossa fábrica em Goodwood", que hoje emprega mais de 2.000 pessoas, disse.

Abastecimento aéreo?

O diretor da Rolls Royce admitiu que eles estão procurando soluções alternativas que possam reduzir sua dependência do transporte rodoviário, pensando, por exemplo, em obter as peças por transporte aéreo. Esta solução já havia sido mencionada por outro fabricante britânico de carros de luxo, a Aston Martin.

Por outro lado, a Rolls Royce já está aumentando suas reservas de autopeças, aumentou seu espaço de armazenamento e investiu em novos serviços de informática.

No entanto, Müller-Ötvös assegurou à imprensa britânica que a marca, uma verdadeira instituição no Reino Unido, não deixará o país. "Estamos ancorados no Reino Unido. A Rolls Royce faz parte do que eu chamaria de joias da coroa industrial britânica", disse.

Ele não exclui, no entanto, a possibilidade de que um Brexit brutal tenha consequências sobre suas vendas no país, que representam 10% do total, e um impacto no comportamento de potenciais compradores.

115 anos

Mas, por enquanto, a marca, como todo o setor de luxo, mostra bons resultados, apesar de o mercado automotivo estar sob forte pressão, especialmente na Europa, devido à degradação da reputação dos veículos a diesel e às incertezas causadas pelo Brexit.

A Rolls Royce anunciou na quinta-feira um aumento de 22% de suas vendas em 2018 - seu melhores resultado nos 115 anos de história da renomada marca britânica.

A marca vendeu exatamente 4.107 carros em mais de 50 países no ano passado. Sua atividade registrou aumentos em todas as regiões do mundo e o continente americano continuou sendo seu principal mercado com 30% das vendas.

Em 2017, a empresa tinha anunciado a venda de 3.362 unidades.

A fabricante, apreciada pela alta sociedade britânica, destacou em comunicado que seu crescimento deve-se, em grande parte ao sucesso do Phantom, seu novo modelo, especialmente no Reino Unido. Contudo, o Ghost continua sendo o modelo mais vendido pela Rolls Royce.

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