Uma rixa entre os dois executivos mais altos da Volkswagen AG ameaça criar um vácuo de poder, apressando a busca por um novo líder que tenha o apoio das famílias controladoras, dos principais acionistas e dos sindicatos.
O CEO Martin Winterkorn tomou uma bronca pública do presidente do Conselho de Administração, Ferdinand Piech, que disse à revista Der Spiegel, na sexta-feira, que havia se distanciado de seu ex-confidente e que já não o queria como próximo presidente do Conselho.
Piech não disse por que havia perdido a fé em Winterkorn.
Com a perspectiva de que Winterkorn tenha seu contrato estendido além de 2016 agora em dúvida, a maior fabricante de veículos da Europa provavelmente precisará de um substituto antes do planejado.
Matthias Müller, que supervisiona a divisão de carros esportivos Porsche, pode ter as melhores chances, pois sua formação em Engenharia e sua experiência operacional atendem os critérios de Piech.
Ele também desfruta de uma base de apoio ampla, particularmente entre as famílias que controlam a Volkswagen.
“Os comentários de Piech causaram muita agitação”, disse Marc-René Tonn, analista do banco M.M. Warburg em Hamburgo. “Está claro que há diferenças significativas de opinião em uma série de questões”.
Os raros comentários públicos de Piech, 77, neto do criador do Fusca, Ferdinand Porsche, enviou ondas de choque à sede da Volkswagen em Wolfsburg, na Alemanha, e expôs profundas divisões em um momento em que os players do poder estão em disputa para estabelecer a agenda para a era posterior à saída de Piech, em 2017.
Uma transição ordenada, que compreenderia o prolongamento do mandato de Winterkorn e a posterior ocupação do posto de presidente do Conselho de Administração, agora parece improvável.
Transição suave
Uma transição suave teria dado a novos contratados como o ex-executivo da BMW AG Herbert Diess e o novo diretor da divisão de caminhões, Andreas Renschler, tempo suficiente para mostrarem seu valor na Volkswagen e competirem pelo cargo mais importante da empresa.
Ambos são engenheiros e, portanto, se encaixam nas exigências de Piech para o posto, diferentemente do chefe da Audi, Rupert Stadler, e do diretor financeiro, Hans Dieter Pötsch.
Outro candidato interno é Winfried Vahland, 60, que administra a marca checa Skoda. A Volkswagen e funcionários das marcas preferiram não comentar as discussões sobre a sucessão.
Müller, 61, tem formação em Tecnologia da Informação e chefia a Porsche desde outubro de 2010 após passagens pela marca VW e pela Audi. Em fevereiro, ele foi nomeado para o Conselho de Gestão da Volkswagen, que compreende os principais executivos da empresa-mãe, incluindo Winterkorn, e é nomeado pelo Conselho de Supervisão.
Estilo de barão
Müller poderia ajudar a trazer a paz à empresa com seu comportamento mais despreocupado na comparação com Winterkorn, que é visto em público tradicionalmente vestindo ternos trespassados simples.
O chefe da Porsche, de cabelos grisalhos, costeletas grandes e olhos celestes, vai em pessoa a eventos com fãs da Porsche, demonstrando que coloca a mão na massa, um estilo que agrada as famílias Porsche e Piech.
No mês passado, Müller, que tem um apartamento em uma região moderna de Stuttgart, causou um rebuliço quando sugeriu que consideraria o principal cargo da VW se lhe fosse oferecido. Ele afirmou que um comentário feito no início deste ano, de que seria velho demais para suceder Winterkorn, foi mal interpretado.
O drama em Wolfsburg tem o aroma das intrigas que assolam o reino medieval fantástico de Westeros, da série televisiva “Game of Thrones”, disse Arndt Ellinghorst, analista da Evercore ISI, em um relatório a clientes.
“Neste momento, responder quem será o sucessor no principal cargo em Wolfsburg na VW é quase tão fácil quanto prever quem acabará no trono em Westeros”, disse Ellinghorst.
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1. Do Ipiranga para todo o Brasil
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1/21 (MARCO DE BARI)
São Paulo – A montadora alemã
Volkswagen está comemorando, neste mês, 60 anos de operação no Brasil. A empresa iniciou sua atuação em 1953, com um galpão alugado na Rua do Manifesto, no bairro paulistano do Ipiranga. Desde então, tornou-se uma das maiores montadoras do país, e alterna com a italiana Fiat o posto de líder em vendas. Confira os principais momentos da empresa no país.
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2. O começo
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2/21 (Divulgação)
A primeira fábrica da Volkswagen no Brasil, na Rua do Manifesto, no bairro paulistano do Ipiranga. Na imagem, os fuscas produzidos na unidade estacionados na frente do galpão.
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3. Nasce um ícone brasileiro
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3/21 (Divulgação)
Projetado na Alemanha e produzido por lá desde 1938, o Fusca tornou-se uma paixão dos brasileiros. Foi fabricado por aqui até 1986, tendo um breve retorno entre 1993 e 1996. Na foto, a linha de produção do carro, na fábrica do Ipiranga, nos anos 50.
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4. Casa própria
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4/21 (Divulgação)
As obras da primeira fábrica da Volkswagen no Brasil, em 1956. Trata-se da planta de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, às margens da Rodovia Anchieta.
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5. Presença ilustre
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5/21 (Divulgação)
O então presidente da República, Juscelino Kubitschek, participa da inauguração da fábrica da Volks em São Bernardo, em 1959. No fusca, também estão Henrich Nordhoff, presidente do grupo Volkswagen, no banco de passageiros, e Wilhelm Shultz-Wenk, presidente da Volkswagen no Brasil, ao volante.
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6. A avó das vans
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6/21 (Divulgação)
Kombi é a abreviação do alemão Kombinationsfahrzeug, que quer dizer “veículo combinado” ou “multiuso”. A Kombi é considerada a avó das modernas vans. Lançada na Alemanha em 1950, começou a ser fabricada no Brasil em 1957. Na foto, a primeira Kombi da linha de montagem brasileira.
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7. Nos tempos do Pró-Álcool
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7/21 (Divulgação)
O Programa Nacional do Álcool, criado pelo governo federal em 1975, pretendia oferecer o etanol como alternativa à alta da gasolina, em meio à crise do petróleo daqueles tempos. Na foto, os operários da Volks exibem o 100.000º carro da montadora com motor a álcool, em 1980.
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8. Revival
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8/21 (Divulgação)
Após sair de linha, no Brasil, em 1986, o Fusca passou por um breve revival, entre 1993 e 1996, durante o governo do então presidente Itamar Franco. O modelo foi relançado na época em que a Volks e a Ford mantinham uma parceria no Brasil, a Autolatina.
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9. Fábrica da Audi
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9/21 (Divulgação)
Em 18 de janeiro de 1999, o Grupo Volkswagen inaugurou a fábrica da Volks/Audi, em São José dos Pinhais (PR), com a presença do então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. A planta produziu o modelo Audi A3 até meados de 2006. Agora, a marca estuda retomar a produção local.
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10. Novos tempos
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10/21 (JOSE LUIS DA CONCEIÇÃO/Agência Estado/Reprodução)
Em 2003, a comemoração de 50 anos da Volks no Brasil contou com a presença do então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, um ex-metalúrgico.
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11. Bastidores
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11/21 (ALEXANDRE BATTIBUGLI)
Designers avaliam o projeto de um modelo da Volkswagen.
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12. Velhos tempos
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12/21 (IRMO CELSO)
O então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva discursa na portaria da Volkswagen, em 1980. O futuro presidente da República protestava, na ocasião, contra as demissões na empresa.
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13. Para a classe A
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13/21 (CLAUDIO LARANGEIRA)
Embora o Fusca tenha popularizado a Volks no Brasil, a montadora também desenvolveu vários modelos para o público de alta renda. Um deles foi o Santana. Em sua primeira fase, foi fabricado no Brasil entre 1984 e 2005. Em novembro do ano passado, a montadora apresentou, na China, a nova versão do Santana.
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14. Retorno cult
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14/21 (DECO RODRIGUES)
Apresentado para a imprensa no final do ano passado, o novo Fusca será fabricado no México e exportado para o Brasil. Baseado no projeto do New Beetle, o modelo ganhou desenho mais esportivo. Ao contrário do original, focado no mercado popular, o novo Fusca custará até 80.000 reais.
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15. Carro mundial
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15/21 (ULI SONNTAG)
Como parte das comemorações de 60 anos no Brasil, a Volks lançou o Up!, carro mundial da montadora. O modelo será fabricado na fábrica de Taubaté (SP), a partir do ano que vem.
Seu preço deve ser de 26.000 reais.
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16. Do Brasil para o mundo
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16/21 (MARCO DE BARI)
Lançado em 1980, o Gol foi desenhado no Brasil e vendido em vários países. Sal primeira versão tinha linhas retas. Somente a partir da segunda geração, lançada em 1994, o Gol ganhou as linhas arredondadas que o acompanham até hoje. De qualquer modo, foi o primeiro modelo da Volks a superar a marca de 5 milhões de vendas – mais que o lendário Fusca.
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17. Em homenagem à capital
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17/21 (JORGE BUTSUEM)
A Brasília foi produzida entre 1973 e 1982, e seu nome era uma homenagem à capital do país. A ideia era produzir um veículo que fosse tão popular quanto o Fusca, mas que tivesse maior espaço interno e linhas mais modernas. Estima-se que pouco mais de 1 milhão de unidades foram produzidas pela Volks.
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18. Parceria com os americanos
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18/21 (BIA PARREIRAS)
Entre 1987 e 1996, a Volks firmou uma joint-venture com a americana Ford. Tratava-se da Autolatina, empresa que integrou as operações de ambas no Brasil e na Argentina. A parceria chegou, inclusive, a desenvolver modelos em conjunto.
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19. Mistura de sotaques
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19/21 (MARCO DE BARI)
Um exemplo de modelo desenvolvido pela Autolatina foi o Escort. O modelo era fabricado pela Ford, mas com motor da Volkswagen, como este 1.8 XR3, de 1989.
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20. Um mesmo nome, vários modelos
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20/21 (CHRISTIAN CASTANHO)
Se você tem mais de 30 anos, provavelmente se lembra das primeiras gerações do Passat. Lançado no Brasil em 1974, sua primeira geração (esta de linhas retas) foi produzida no país até 1981. Desde então, o Passat voltou em diversas versões. Os especialistas consideram que o modelo está em sua oitava geração.
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21. Veja agora
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21/21 (Marco de Bari/Quatro Rodas)