Corrupção: 40% dos entrevistados acredita que os riscos de suas empresas irá aumentar este ano (Getty Images)
Karin Salomão
Publicado em 14 de abril de 2016 às 10h31.
São Paulo - Crescer, se expandir para outros países ou por meio de fusões e aquisições são sonhos de muitas empresas. No entanto, podem aumentar o risco de corrupção, suborno e outros desvios.
O levantamento é da Kroll, consultoria de riscos com sede nos Estados Unidos, e do Ethisphere Institute, que mede padrões de ética dentro das empresas. A pesquisa falou com 267 executivos de altos níveis de negócios em todo o mundo.
Cerca de 40% dos entrevistados acredita que os riscos de corrupção e suborno de suas companhias irá aumentar este ano.
Entre os agravantes, estão a sua expansão global, citada por 55% dos entrevistados, aumento do número de parceiros externos, que é um risco para 54%, e reforço das regulamentações contra essas práticas, citado por 51%.
Além disso, com o crescimento de uma empresa, o número de seus fornecedores também aumenta. Metade dos entrevistados na pesquisa trabalha com mais de 1.000 parceiros e 17% tem mais de 25.000.
Isso traz riscos extras para a companhia. Diversos executivos afirmaram estar preocupados com a habilidade da empresa de identificar e prevenir más condutas desses parceiros.
De cada quatro casos de suborno ou corrupção em transações no exterior, três envolvem pagamento por meio de terceiros – por isso é tão importante acompanhar as ações desses grupos.
No entanto, os gestores não estão confiantes que conseguem identificar comportamentos de risco de terceiros.
Esse risco aumenta pela dificuldade de treinar e controlar esses parceiros. Entre os gestores entrevistados, 48% afirmaram que não realizaram auditorias e apenas um terço realizam treinamentos com os parceiros externos.
Segundo a pesquisa, 2015 foi um ano agitado em termos de fusões e aquisições. Embora essas sejam oportunidades importantes para o crescimento, a integração de duas empresas também aumenta os riscos de corrupção.
Como as áreas de compliance raramente participam e influenciam essas transações, as dificuldades para detectar atos ilícitos também aumentam.
Apenas 72% dos respondentes da pesquisa afirmou que a empresa realizou programas anticorrupção para as empresas adquiridas ou integradas.