Ricardo Eletro: Nunes acredita que o governo pode não renovar o benefício novamente, se verificar que o País entrou novamente numa rota de retomada do crescimento (Xando Pereira/Ag. A Tarde)
Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2012 às 20h32.
São Paulo - O empresário Ricardo Nunes, fundador do grupo Máquina de Vendas - holding que reúne as marcas Ricardo Eletro, Insinuante, City Lar, Salfer e Eletro Shopping - vê sinais claros de retomada do comércio após um primeiro semestre difícil. Apostando que o setor terá um ótimo Natal, ele projeta que o grupo encerre 2012 com crescimento entre 5% e 7% nas vendas.
No ano passado, a Máquina de Vendas faturou R$ 7,2 bilhões. Para Nunes, o consumidor organizou seu orçamento, quitou dívidas e agora a inadimplência já perdeu fôlego. "Nosso negócio voltou à normalidade a partir de julho, após um primeiro semestre difícil. Vai ser um ótimo Natal. A inadimplência já caiu e o consumidor está mais livre para comprar", diz. Além do Natal, a iminência do fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os artigos da linha-branca, prevista para dezembro, pode causar uma corrida por essas mercadorias e causar impacto positivo nas vendas do varejo em dezembro, avalia.
Nunes acredita que o governo pode não renovar o benefício novamente, se verificar que o País entrou novamente numa rota de retomada do crescimento. Em uma apresentação no IV Encontro de Corretores de Seguros, no Rio, Nunes fez questão de explicitar a estratégia de vendas agressiva de sua principal bandeira, a Ricardo Eletro. A rede investiu para anunciar no milionário intervalo do último capítulo da novela fenômeno de audiência "Avenida Brasil", da Rede Globo, nesta sexta-feira, que mais uma vez cobrirá todas as ofertas da concorrência.
"O vendedor tem meu celular. Pede para ele me ligar que eu atendo", diz o carismático empresário no comercial. Embora diga que é preciso fazer "o arroz com feijão" no ponto de venda e que no Brasil nem todos sabem o que é uma empresa pontocom, Nunes revela que a diversificação e as vendas on-line são fundamentais na estratégia da varejista.
Entre 15% e 20% do faturamento do grupo hoje já vem das vendas pelo site da rede. Há cerca de dois meses ele inaugurou o sistema Ricardo Express, com terminais dentro das lojas que oferecem aos clientes nas 1.100 lojas do grupo no País todos os produtos disponíveis para vendas online. São 110 mil itens, contra 3.500 nas lojas físicas. "Não se espante ao ver a Ricardo Eletro vendendo fralda. Vendo tênis, vinho, calcinha, sutiã, e até (itens de) sex shop. A estratégia é vender tudo", afirma.
Hoje 40% dos produtos a venda na pontocom do grupo são itens fora do cardápio de eletrodomésticos. O empresário afirma que 2013 será um ano de arrumar a casa após diversas aquisições nos últimos dois anos. Ele descarta uma abertura de capital no curto prazo, mas afirma que é preciso estar preparado para isso no futuro.