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Reputação de Abilio depende agora do Carrefour

Para especialistas, somente um acordo com os franceses recuperará a fama de bom negociador do empresário

Abilio Diniz, presidente do Conselho do Pão de Açúcar: durante as negociações, o Casino usou palavras como “hostil”, “ilegal” e “traição” para definir a operação (Edu Lopes/Veja)

Abilio Diniz, presidente do Conselho do Pão de Açúcar: durante as negociações, o Casino usou palavras como “hostil”, “ilegal” e “traição” para definir a operação (Edu Lopes/Veja)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2011 às 16h40.

São Paulo – Abilio Diniz expôs-se bastante ao participar de uma negociação de fusão com o Carrefour, uma rede que é concorrente de seu principal sócio, o Casino. E, para piorar a situação, o Casino deve se tornar controlador do Pão de Açúcar no próximo ano. Ainda é cedo para avaliar se a manobra causou danos à imagem do empresário brasileiro. Mas o desgaste com o Casino é evidente.

Durante as negociações, o Casino usou palavras como “hostil”, “ilegal” e “traição” para definir a operação. Como a oferta de fusão foi retirada ontem, Casino e Abilio seguem sócios, estando o controle na mão de Diniz até junho de 2012, quando o Casino poderá exercer sua opção de ter o controle da rede.

“A confiança do Casino no Abilio foi prejudicada”, disse o consultor de varejo Cláudio Felisoni, presidente do Provar/Ibevar. Para ele, a agressividade da proposta não contribuiu para o grupo, e Diniz pode sair com a imagem arranhada. “Sempre que há atrito entre sócios é ruim; eles tem que entrar em um acordo para o desempenho da empresa”, disse a analista Sandra Peres, da Coinvalores. 

Há quem considere que Abilio não sai perdendo, como Eugênio Foganholo, diretor da consultoria Mixxer. “Não acredito que Abilio saia perdedor. Em junho de 2012 ele estaria fora do poder, com a solução que foi dada, nada muda”, disse.  Para o consultor, a tentativa do empresário mostra seu lado empreendedor, além disso, ele poderia comprar uma participação no Carrefour mundial e controlar a operação brasileira. 

Nesse ponto, Felisoni concorda, Abilio poderia ter feito esse negócio pensando que se não desse certo ele poderia sair do Pão de Açúcar e comprar uma participação no Carrefour. “Seria uma saída para ele”, disse.

Para Foganholo, o maior perdedor é o Casino, “apesar de ele ganhar o poder, ele se desgastou”. O consultor cita o grupo gerencial do pão de Açúcar, que poderia oferecer resistência ao controle francês.  Para o consultor José Lupoli Jr. é interessante para o Casino ter Abilio na empresa, por tudo que ele já fez e por ele ser respeitado nesse ramo. “O Abilio não será uma rainha da Inglaterra”, disse. 

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