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Renner supera expectativas, apesar de preços agressivos

Lucro da Renner cresce 65% no trimestre, apesar de “ambiente ainda competitivo e com preços agressivos”, diz diretor

Renner: “O ambiente está melhor que no ano passado, mas ainda muito competitivo e com preços agressivos”, explica o diretor (Germano Lüders/Exame)

Renner: “O ambiente está melhor que no ano passado, mas ainda muito competitivo e com preços agressivos”, explica o diretor (Germano Lüders/Exame)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 24 de outubro de 2017 às 18h33.

Última atualização em 24 de outubro de 2017 às 18h38.

São Paulo – Com a recuperação do mercado de consumo, abertura de novas lojas e um novo braço financeiro, a Renner viu seu resultado deslanchar no terceiro trimestre do ano.

As receitas líquidas com vendas de mercadorias cresceram 20%, para 1,5 bilhão de reais, e o lucro líquido subiu 65,3%, para 140 milhões de reais.

Em mesmas lojas, abertas há mais de um ano, o crescimento foi de 13,4%, ante queda de 3,9% no mesmo trimestre do ano anterior.

A expectativa de analistas ouvidos por EXAME era de um aumento de 41,7% no lucro, para 120,3 milhões, e vendas em mesmas lojas 12,6% maiores.

Para Laurence Gomes, diretor financeiro e de relações com investidores, o crescimento da Renner reflete a melhora gradual do mercado de varejo de moda. "A recuperação das vendas é puxada pelo consumo, sólida e gradual", disse ele em entrevista a EXAME.com.

A retomada ainda não é completa e as margens líquidas da empresa, que subiram 2,6 pontos percentuais e chegaram a 9,3%, ainda estão sendo pressionadas pelo ambiente macroeconômico e pela estratégia interna da varejista, de oferecer preços competitivos.

As margens brutas atingiram 53,9%. No trimestre anterior o número era de 54,4% e, um ano atrás, de 53,7%.

“O ambiente está melhor que no ano passado, mas ainda muito competitivo e com preços agressivos”, explica o diretor.

Despesas sob controle e investimentos fortes

As despesas operacionais cresceram 16,3%. No entanto, com o aumento das vendas, a relação entre ganhos e gastos melhorou. As despesas responderam por 39,2% das receitas líquidas, melhora de 1,2 ponto percentual.

"Tivemos um bom controle dos custos no trimestre, com gerenciamento mais detalhado. Isso foi importante, porque estamos com grandes projetos", afirmou o diretor.

Um dos investimentos é a Realize Crédito, nova instituição financeira da Renner lançada em julho. A carteira do Meu Cartão, que é co-branded, foi migrada para a Realize, cartão de private label.

"Investimos na estrutura, mas ainda não capturamos todos os benefícios", disse.

O novo braço financeiro, que disponibiliza ainda o Cartão Renner, Saque Rápido, Seguros e SOS Casa, pode impulsionar os resultados dessa divisão na empresa. Os resultados dos produtos financeiros cresceram 49,7% e atingiram 97,8 milhões de reais.

Outro investimento importante da companhia é na abertura de lojas. Os investimentos em novas lojas foram de 134,9 milhões de reais, ante 106,8 milhões de reais no mesmo trimestre do ano passado.

Apenas no terceiro trimestre do ano, a companhia inaugurou 17 lojas, sendo 8 da Renner, 3 lojas da Camicado e 6 da Youcom. Nos nove primeiros meses do ano, foram 48 novas unidades. A empresa prevê terminar o ano com 70 lojas novas, nos três formatos.

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